Ato contra golpe militar de 64 aconteceu em Campo Grande nesta segunda-feira

Ato contra golpe militar de 64 aconteceu em Campo Grande nesta segunda-feira

Um ato para lembrar o golpe de 1964, que depôs o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura militar que duraria 21 anos, aconteceu nesta segunda, 1 de abril, em frente à sede do Ministério Público Federa (MPF) em Mato Grosso do Sul, na avenida Afonso Pena. Entidades de diversos segmentos e parlamentares estiveram presentes no movimento.

 Segundo os organizadores, o ato aconteceu em frente à sede do MPF para mostrar apoio ao órgão, que considerou como inconstitucional e indevido o ato do presidente Jair Bolsonaro determinando a realização de comemoração do golpe nos quartéis.

 Foram lembradas na manifestação as vítimas da ditadura, inclusive com depoimentos de pessoas que viveram pessoalmente momentos de perseguição e ameaça às suas vidas e também de parentes que foram presos, torturados e até assassinados no auge da repressão, sendo que alguns os corpos não foram localizados até hoje.

O assassinato de indígenas durante o período militar, estimado em mais de 8 mil pelo Relatório Figueiredo, também foi abordado, sendo que naquele período pouco ou nada foi divulgado sobre essas mortes que caminhavam junto com a invasão de terras de indígenas por grileiros, sem que as autoridades tomassem quaisquer tipo de providências, ou até apoiavam diretamente os ataques aos indígenas e a tomada de suas terras.

 O papel da ditadura na repressão aos sindicatos e movimentos dos trabalhadores por melhores salários e condições de trabalho, bem como pela reforma agrária, também foram citados por manifestantes como uma das questões centrais da ditadura, período em que houve um grande achatamento no valor real dos salários e concentração de terras nas mãos de grandes latifundiários, favorecidos pelo regime de exceção.

 O ato contra o golpe reuniu, em Campo Grande, mais gente que o ato a favor e que foi realizado ontem, 31, quando duas pessoas foram detidas após denúncia de ameaça a transeuntes. Uma foi detida por ser foragida da Justiça e outra por falsidade ideológica, por ter se passado por jornalista e ainda tentado intimidar os policiais que fizeram a abordagem, esvaziando ainda mais um ato que já contava com pouca adesão.

 A organização da manifestação estima que cerca de 200 pessoas estiveram presentes no momento de maior concentração de pessoas. Os deputados Pedro Kemp (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT) participaram do ato.

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