Vereador divulga possível fraude em auditoria sobre qualidade do transporte coletivo em Campo Grande

Vereador divulga possível fraude em auditoria sobre qualidade do transporte coletivo em Campo Grande

Servidor anônimo afirma que dados positivos sobre a qualidade do transporte coletivo foram inflados para mascarar insatisfação da população

Durante a abertura dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo de Campo Grande, nesta segunda-feira (12), o presidente da comissão, vereador Dr. Lívio, divulgou uma denúncia anônima que aponta possível fraude em pesquisas realizadas pela auditoria da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande).

Segundo o parlamentar, um servidor da própria agência enviou um e-mail relatando que dados positivos da pesquisa de satisfação divulgadas pela ouvidoria foram manipulados para esconder críticas ao serviço. “Os resultados foram deliberadamente inflados para criar uma imagem positiva, quando os dados brutos indicavam altos índices de insatisfação”, destaca o denunciante.

Dr. Lívio afirmou que a denúncia demonstra a importância dos canais de comunicação da CPI, que garantem o anonimato. “Isso encorajou um servidor de dentro do próprio órgão a formalizar a queixa. Vamos apurar rigorosamente os dados fornecidos tanto pela Agereg quanto pela Agetran”, disse o vereador.

Durante a reunião da CPI, foram ouvidos o servidor aposentado Luiz Carlos Alencar Filho, ex-fiscal da Agetran, e o auditor Henrique de Matos Moraes, ex auditor chefe da Auditoria/DIPRE/Agetran e atual diretor de mobilidade. Ambos esclareceram pontos sobre as responsabilidades da Agetran na fiscalização do contrato com o Consórcio Guaicurus.

Luiz Carlos destacou que a Agetran é responsável por definir a quantidade de ônibus em operação nos fins de semana, com base na demanda. Ele também revelou que a agência tem acesso aos relatórios da bilhetagem eletrônica, mas que nunca houve auditoria sobre esses dados. Segundo ele, atualmente 197 ônibus circulam fora do limite prudencial, enquanto a Agereg informou 300.
Ele também explicou que a própria Agetran possui a senha do programa que permite emitir o relatório da bilhetagem eletrônica mensalmente, demanda feita pela CPI ao Consórcio, mas até agora sem respostas.

Já o auditor Henrique Moraes explicou que o REMID (Relatório de Monitoramento de Índices de Desempenho) é de competência exclusiva da Agereg, sendo a Agetran apenas fornecedora de dados. Ele também revelou que, entre 2012 e 2022, o contrato com o Consórcio Guaicurus nunca foi auditado — a única auditoria existente foi determinada pelo Tribunal de Contas do Estado e ainda está em andamento.

Henrique informou ainda que desde o início deste ano, já foram aplicadas 1.726 multas ao consórcio, sendo a maioria (593) por atrasos, omissões de chegada e saída, e falta de ônibus reserva, entre outras.

Ao final da sessão, Dr. Lívio reforçou a necessidade de mudanças no contrato atual. “Ficou evidenciado que esse contrato precisa ser modernizado ou até rompido, pois tem impedido melhorias no serviço prestado à população”, concluiu.

(Fonte: Assessoria de Comunicação – Foto: PMCG)

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