Veja exemplos de jovens que evitam aglomerações para impedir contágio do coronavírus
Em meio ao avanço expressivo do coronavírus, jovens podem dar exemplo de como conciliar vida pessoal, profissional e os cuidados com a biossegurança, em tempo de pandemia. Na Capital, há quem saiba e reconheça a importância do autocuidado e do cuidado ao próximo e tem seguido à risca as orientações das autoridades.
Como é o caso do jovem cabeleireiro e barbeiro, de 27 anos, Jonathas Lima Nunes da Cunha. “Eu me vejo com um cara consciente. Desde o começo da pandemia, há mais ou menos 10 meses, eu procuro ficar em casa, saindo apenas para trabalhar”, afirma o jovem.
Ele explica que se preocupa em se manter saudável porque não quer parar de trabalhar e essa balança, saúde x sustento, depende de cautela e atenção com as medidas de biossegurança. “Eu sou autônomo, trabalho por rendimento, então se eu tiver qualquer tipo de sintoma ou, infelizmente, pegar a doença, são duas semanas que eu não vou receber, então, eu coloco na balança: um final de semana de diversão ou o trabalho”.
Para fugir da ansiedade de ser jovem e não poder curtir uma ‘balada’, Cunha foca em seus objetivos. “Estudo para aprimorar minha profissão, descanso”.
Se por um lado é o trabalho que influencia Cunha a se privar das festas e evitar aglomeração, este é o mesmo fator que permite o estagiário de jornalismo, Wesley Alexandre Oliveira de Souza, de 27 anos, a ficar em casa por mais tempo e cuidar da saúde.
Wesley está em home office e criou uma bolha positiva para lidar com ansiedade Foto: Ascom Famasul (antes da pandemia)Isso porque onde ele atua, em uma agência de comunicação, é possível fazer home office e para passar por esses momentos em que é importante permanecer em casa, ele precisa procurar alternativas manter o equilíbrio emocional. “Eu nunca me preocupei com a minha saúde mental, mas eu vi com a pandemia que isso também é importante. Chegou um momento da quarentena que eu me senti muito sozinho, então eu criei uma espécie de bolha, onde cultivei coisas boas, mentalmente falando, porque até então era trabalhar e ler notícias ruins. Então eu pego o violão e toco para esfrio a cabeça, comecei a fazer coisas que não tinha tempo, assistir filmes e séries. Outra coisa importante é fazer a videochamada com meus familiares e amigos”.
O jovem tenta traduzir o que todos, independentemente da idade, têm sentido durante esse período. “É uma mistura de sentimentos: de desespero, de medo, raiva, é esperança que vem e que vai, e assim a gente vai tentando sobreviver nesse mar de emoções, tentando se adaptar à nova rotina”.
Não sair de casa é muito complicado para quem é jovem, avalia o acadêmico, que ressalta ainda: “é necessário e importante. São processos que ficam travados e projetos de vida que ficam em segundo plano, sem uma perspectiva ainda de quando vamos poder retomar”.
Wesley relata que traz um sentimento de revolta ao ver, em redes sociais, vizinhos, amigos e conhecidos que provocam aglomerações. “A impressão é que só você está vivendo este momento”.
“Com mais de 207 mil óbitos no Brasil e hospitais lotados, isso é motivo mais do que necessário para que a gente respeite os protocolos e fique em casa o máximo possível, que a gente se cuide e se eu não me cuidar eu vou contribuir para a propagação do vírus. A empatia é o que me motiva para ficar em casa. Devemos deixar de lado o egoísmo e pensar na coletividade ”, resume.
Jovens são os que mais se contaminam
Dados do Painel Mais Saúde do Governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Estado de Saúde, mostram que os jovens são os que mais têm sido infectados pelo coronavírus em Mato Grosso do Sul.
Atualmente, dos 148.415 casos confirmados (informação do dia 15/01), 20%, ou seja, 29.766 pessoas têm entre 20 e 29 anos, além disso, 24% possuem entre 30 e 39 anos, o equivalente a 35.829 pessoas. Com isso, 44% dos contaminados são jovens.
Para a psicóloga, especializada em stress e mestre em psicologia, Raquel Icassati Almirão, um agente complicador é que o jovem, entre 20 e 39 anos, é o que está na fase mais ativa, inclusive em relação à profissão e, por isso, há uma maior dificuldade com isolamento. “Eles estão buscando ocupar seu lugar, desenvolver profissionalmente, para poder construir sua independência de uma maneira satisfatória e estável”.
Segundo a especialista, a pandemia aumentou o nível de stress de uma forma geral. “É difícil relacionar comportamento e sanidade mental, nesse cenário. É preciso adotar comportamentos de autocuidado e de cuidado com o próximo”, conclui.
Fonte: Ana Brito, Subcom/MS – Foto em destaque: Chico Ribeiro
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