A importância da inclusão de produtos regionais nas cestas básicas

A importância da inclusão de produtos regionais nas cestas básicas

Especialista do setor defende as especificidades culturais de cada região para atender as necessidades nutricionais e culturais das comunidades

A inclusão de produtos regionais nas cestas básicas deve ser uma estratégia cada vez mais valorizada no combate à fome e na promoção de uma alimentação saudável e culturalmente relevante. Segundo Gustavo Defendi, sócio-diretor da Real Cestas, empresa com mais de 20 anos de atuação no mercado de cestas básicas, essa prática não só melhora a qualidade das cestas, como também fortalece a economia local, gerando impacto positivo tanto para os beneficiários quanto para os pequenos produtores.

“Incluir alimentos regionais nas cestas básicas é uma maneira de valorizar a cultura alimentar de cada região, além de fornecer uma alimentação mais nutritiva e equilibrada para as famílias”, afirma Defendi. Ele destaca que muitos produtos típicos, como o feijão de corda no Nordeste ou a mandioca no Norte, são ricos em nutrientes e fazem parte da dieta tradicional das comunidades.

Além dos benefícios nutricionais, Defendi aponta o impacto positivo na economia regional. “Quando optamos por inserir produtos de pequenos produtores locais nas cestas, estamos incentivando o desenvolvimento econômico dessas regiões. Isso gera emprego, renda e fortalece a agricultura familiar”, comenta o executivo. Para a Real Cestas, que tem uma longa história de distribuição em diversas regiões do Brasil, essa prática se traduz em um compromisso com a sustentabilidade e com a qualidade de vida das famílias atendidas.

No entanto, a ausência de itens regionais na cesta básica nacional, prevista na Reforma Tributária, é uma das principais críticas do setor de alimentos. Segundo Defendi, a inclusão desses produtos deveria ser considerada para garantir que as cestas básicas atendam às necessidades nutricionais e culturais de todas as regiões. “A inclusão de itens regionais e das proteínas na lista de produtos com alíquota zero no novo Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) é de extrema importância para garantir uma alimentação adequada e acessível à população”, ressalta.

Defendi também destaca que, embora a Constituição determine que a cesta básica deva ser “saudável, nutritiva e regional”, ainda há questões pendentes em relação à interpretação desse texto. “Ainda temos algumas questões em relação ao texto constitucional, que dispõe sobre a composição da cesta básica de alimentos, considerando que ela deve ser saudável, nutritiva e regional. Nesse contexto, produtos como o açaí, a tapioca e o cuscuz, por exemplo, são essenciais para atender às necessidades e tradição”, pontua.

A inclusão de produtos regionais também contribui para a diversificação das cestas, evitando a padronização excessiva e respeitando as especificidades culturais de cada região. “Uma cesta básica que respeita os hábitos alimentares locais tem maior flexibilidade, já que as famílias recebem alimentos que fazem parte do seu dia a dia, o que diminui o desperdício e aumenta a aceitação dos produtos. Isso garante que os alimentos sejam mais bem aproveitados, atendendo tanto às necessidades nutricionais quanto às culturais, tornando uma cesta básica mais eficiente e adaptada à realidade de cada comunidade”, conclui Defendi.

Por Luciana Vitale

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