Após desbloqueio de verbas e mal-estar no governo, Ministério do Meio Ambiente diz que ações no Pantanal e Amazônia terão continuidade

Após desbloqueio de verbas e mal-estar no governo, Ministério do Meio Ambiente diz que ações no Pantanal e Amazônia terão continuidade

Após ter anunciado, na sexta-feira (28), a suspensão de todas as ações no Pantanal e na Amazônia por causa do bloqueio financeiro e não repasse de verbas para o Ministério do Meio Ambiente, o ministro Ricardo Salles recuou e anunciou a continuidade das ações. Segundo nota do ministério, a verba bloqueada foi liberada.

 Salles tomou a decisão de paralisar as ações no Pantanal e Amazônia sem consultar o presidente Jair Bolsonaro causando surpresa dentro e fora do governo. Sua ação teria sido uma reação ao bloqueio financeiro e uma forma de pressão sobre o presidente Bolsonaro para forçar a liberação da verba. Deu certo, mas causou mal-estar dentro do próprio governo, além da repercussão negativa dentro e fora do país.

A questão ambiental tem sido um dos pontos fracos do governo Bolsonaro, acusado de recuar nas políticas ambientais para favorecer os interesses de setores econômicos, como o agronegócio, madeireiros e mineradoras. Ciente dessa fragilidade, Salles “trucou” o governo e ganhou, pelo menos por hora, sobrevida no governo. Sua demissão poderia gerar ainda mais desgaste para Bolsonaro.

 Segundo a nota divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente noite de sexta-feira (28) houve o desbloqueio financeiro dos recursos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e as operações de combate ao desmatamento ilegal e às queimadas prosseguirão normalmente. Mais cedo, o ministério havia informado que as ações estavam suspensas por falta do repasse de R$ 60,7 milhões.

Segundo o ministério, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF)  teria bloqueado R$ 39,7 milhões em verbas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e R$ 20,9 milhões do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após decisão da Secretaria de Governo (Segov) e da Casa Civil da Presidência da República.

“O Ministério do Meio Ambiente informa que em razão do bloqueio financeiro efetivado pela SOF – Secretaria de Orçamento Federal na data de hoje, da ordem de R$ 20.972.195,00 em verbas do IBAMA e R$ 39.787.964,00 em verbas do ICMBio, serão interrompidas a partir da zero hora de 2ª.feira (31/agosto) todas as operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal, bem como todas as operações de combate às queimadas no Pantanal e demais regiões do País”, afirmou o ministério, em nota à imprensa.

Mourão negou bloqueio e diz que Salles se precipitou

Após a nota do oficial do MMA, o vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, afirmou que os recursos não serão efetivamente bloqueados. “O governo está buscando recurso para poder pagar o auxílio emergencial, é o que estou chegando à conclusão, então está tirando recursos de todos os ministérios. Cada ministério oferece aquilo que pode oferecer, né? Então, o ministro teve uma precipitação aí e não vai ser isso que vai acontecer, não vai ser bloqueado os R$ 60,7 milhões, entre Ibama e ICMBio, que são exatamente do combate ao desmatamento e a queimada ligada a área do ministério”, afirmou a jornalistas na saída do seu gabinete, no anexo do Palácio do Planalto.

Com informações da Agência Brasil – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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