Assembleia da Cassems: manifestação em frente ao local da assembleia questiona mudanças no plano

Na tarde desta terça-feira, 10, um grupo de servidores estaduais realizou uma manifestação em frente ao  Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, localizado no Parque dos Poderes em Campo Grande, onde logo mais acontece a Assembleia Geral Extraordinária da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems).

O protesto ocorre simultaneamente à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada pela Diretoria da Cassems, e que, segundo os manifestantes, reúne os associados titulares para discutir questões cruciais relacionadas ao plano de saúde e o encontro teria como foco principal deliberar sobre uma proposta de alteração estatutária que poderá redefinir o futuro da entidade. Os manifestantes expressaram insatisfação com o aumento das taxas, com a cobrança da contribuição fixa e o que consideram como falta de transparência da atual gestão.

A assembleia é restrita aos associados titulares que estejam com suas obrigações financeiras em dia e com situação cadastral regularizada. Esse critério visa garantir que apenas aqueles em conformidade com as regras participem das decisões que poderão afetar significativamente a gestão e operação da Cassems.

Durante a assembleia, os associados discutirão não apenas os desafios enfrentados pelos planos de saúde no cenário nacional, mas também as medidas internas necessárias para assegurar a sustentabilidade financeira da entidade. A proposta de alteração estatutária, que já gerou debates acalorados, será o ponto central das discussões.

As faixas exibidas no protesto carregam mensagens de repúdio à nova taxa de contribuição e ao reajuste, refletindo a preocupação dos servidores com o impacto financeiro que tais medidas representam.

A decisão que será tomada na AGE possui implicações diretas para a estrutura administrativa e financeira da Cassems.

O que diz a Cassems

A Cassems alega que a redução anual na receita pode chegar a 10 milhões, colocando em risco a qualidade dos serviços prestados pelo plano e que a Assembleia Extraordinária vai analisar os impactos financeiros gerados pelas ações judiciais impetradas por casais de servidores que questionam as determinações estatutárias que vedam a possibilidade de qualquer pessoa habilitada para ser associado ou participante da Cassems figurar como dependente de outro associado participante. Nos últimos meses, tem aumentado o número dessas ações, o que pode trazer uma redução anual de 10 milhões de reais na receita. Esse prejuízo pode colocar em risco não só a qualidade dos serviços prestados pela a Cassems como a própria sobrevivência do Plano.

 Para o Conselho de Administração da Caixa dos Servidores, o que está em pauta é a mudança contributiva e não um reajuste. A mudança contributiva não atinge a maioria dos beneficiários e o objetivo é manter o equilíbrio financeiro do plano, que conta com nove hospitais no Estado e está dando passos significativos na qualidade do atendimento.

 A Caixa dos Servidores conta hoje com 52 mil beneficiários associados. Destes, 22 mil não têm dependentes e continuariam contribuindo com 6%, o que configura uma média de contribuição bem abaixo dos valores praticados pelo mercado dos planos de saúde; outros 4,5 mil são casais servidores e seguiriam contribuindo com o maior salário recebido entre os dois; já os 25,5 mil titulares que têm dependentes também passariam pela mudança contributiva que consiste em:

 – Beneficiário titular com um dependente: 7%;

 – Beneficiário titular com dois dependentes: 7,25%

 – Beneficiário titular com 3 dependentes ou mais: 7,5%

 A proposta de mudança nas contribuições tem sido discutida há mais de cinco meses, após a diretoria perceber um aumento significativo de ações judiciais por parte do casal servidor. Essas ações obrigam a Cassems a taxar apenas um dos servidores e o outro entraria no plano como dependentes sem ônus. Aproximadamente 200 beneficiários ingressaram com ações desse tipo e boa parte obteve sucesso.

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