Aumento da Selic não deve impactar de imediato o mercado imobiliário, avalia especialista

Aumento da Selic não deve impactar de imediato o mercado imobiliário, avalia especialista

Com mercado imobiliário aquecido, setor da construção civil não deve sentir o aumento de 0,25% na taxa básica de juros anunciado nesta quarta-feira pelo Copom; estimativa é que a indústria da construção civil feche 2024 com crescimento de 3%

O aumento de 0,25% na taxa básica de juros anunciado nesta quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não deve impactar de forma imediata o setor da construção civil, que deve fechar o ano com saldo positivo, seguindo as projeções iniciais do mercado. A avaliação é da engenheira civil Ana Paula Zoller, sócia-diretora do Grupo Andrade Ribeiro, que há 45 anos atua na indústria da construção civil. Um dos motivos para a estabilidade do setor está, segundo a engenheira, na resiliência que o segmento vem demonstrando nos últimos anos.

Ela lembra que após dois anos de quedas ou estabilidade na taxa Selic, muitos grandes players do mercado já vinham se preparando para um cenário de juros mais altos, ajustando suas estratégias financeiras e operacionais para mitigar o impacto de uma possível oscilação nos juros, o que deve manter o setor relativamente equilibrado e sem grandes retrações a curto prazo. “O aumento anunciado é moderado e não deve impactar profundamente o setor da construção civil, mantendo as operações dentro de um patamar estável. Essa resiliência pode ser atribuída a diversos fatores, como a demanda sólida por imóveis, especialmente em segmentos populares e de médio padrão, bem como à continuidade de políticas de financiamento habitacional com taxas atrativas para o consumidor, como o programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo”, destaca Ana Paula Zoller.

Apesar do aumento na taxa básica de juros, outros fatores também devem ser levados em conta, pois influenciam diretamente o mercado imobiliário e, consequentemente a construção civil. Ana Paula Zoller explica que um dos principais é a manutenção de uma inflação controlada, o que preserva o poder de compra da população e proporciona maior estabilidade econômica. “Além disso, o acesso facilitado a financiamentos bancários desempenha um papel crucial, permitindo que mais pessoas tenham condições de adquirir imóveis, impulsionando tanto as vendas quanto novos investimentos no setor. Taxas de juros competitivas, prazos flexíveis e a simplificação dos processos de crédito são aspectos que contribuem diretamente para um ambiente mais favorável ao crescimento do mercado”, complementa.

Em julho, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou para cima a projeção de crescimento do setor para 3% em 2024. No início do ano, a estimativa era de aumento de 1,3%, previsão já revista para 2,3% em março. Para a CBIC, o aumento na taxa básica de juros tende a ser prejudicial a longo prazo, uma vez que pode frear os investimentos em habitação e infraestrutura no Brasil. Com a elevação desta quarta-feira, a taxa básica de juros da economia brasileira passou de 10,5% para 10,75% ao ano.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Karina Bernardi / Foto: Edemir Rodrigues-Agência GovMS

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