Cesta básica em Campo Grande tem preço estável em setembro segundo Dieese; custo aumentou em 10 das 17 cidades pesquisadas
O preço da cesta registrado em setembro, em Campo Grande, foi de R$ 714,63 – contra R$ 714,60 registrado em agosto.
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 10 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Cesta x salário mínimo
Em setembro de 2024, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 102 horas e 14 minutos, pouco maior do que em agosto, quando ficou em 102 horas e 01 minuto. Já em setembro de 2023, a jornada média foi de 108 horas e 02 minutos.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em setembro de 2024, 50,24% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em agosto, 50,13%. Em setembro de 2023, o percentual ficou em 53,09%.
A Cesta Básica em Campo Grande (MS) no mês de setembro
• Valor da cesta: R$ 714,63
• Valor da cesta básica para uma família com quatro pessoas2: R$ 2.143,89
• Variação mensal: (0,00%)
• Variação no ano: 2,43%
• Variação em 12 meses: 5,76%
• O café em pó (12,48%) completou um semestre de altas na capital, fechando o nono mês do ano com preço médio de R$ 18,63, o que contribuiu para que o acumulado em doze meses alcançasse 41,55%. Em setembro de 2023, quando retomara uma trajetória de redução de preços que durou até março deste ano, um pacote de 500 gramas era comercializado a R$ 13,16.
• Bebida usada como complemento ao café, o leite de caixinha (1,96%) registrou variação positiva que impactou no preço do derivado. O preço da Manteiga (0,58%) apresentou discreta alta, e teve preço médio de R$ 13,90 em embalagens de 200 gramas – R$ 0,08 a mais que no mês anterior.
• Fechando o grupo dos matinais, em setembro inverteu-se o cenário notado em agosto: o pãozinho francês (1,08%) subiu, apesar da retração no preço do principal insumo, a farinha de trigo (-1,28%). A baixa demanda de farinha de trigo foi a responsável por manter os preços atrativos para os consumidores. • Outro cereal pesquisado mensalmente, o arroz agulhinha (0,64%) registrou alta pelo terceiro mês seguido. Em 12 meses, foi o alimento com a terceira maior variação da cesta: 21,81%. Apesar do fim da restrição de exportação do mercado indiano, as chuvas que atingiram as regiões produtoras no Sul do país em setembro, interromperam o processo de semeadura do cereal, o que pode contribuir para manter os preços em elevação.
• Pelo segundo mês consecutivo a batata (-9,99%) registrou a queda mais expressiva no conjunto de itens da cesta. Em 12 meses, porém, o acumulado ainda é bem significativo: 72,15%. Com preços que variaram entre R$ 3,85 a R$ 8,98 o quilo ao longo do mês, o tubérculo fechou com preço médio de R$ 6,41.
• Ainda que discreto, o aumento no preço da banana (0,23%) em setembro, fez com que se completasse um quadrimestre de variações positivas no preço da fruta. A ocorrência do Mal do Panamá somada às variações térmicas intensas nas regiões produtoras têm afetado a oferta. Em 12 meses, a variação manteve–se positiva: 8,14%.
• A carne bovina (1,42%)e o óleo de soja (4,08%) também registraram altas: a demanda pela proteína cresceu, assim como a procura pela soja, também utilizada na ração animal. Em 12 meses, as variações foram de 4,20% e 14,24%, respectivamente.
• Tomate (–8,12%), feijão carioquinha (–1,59%) e açúcar cristal (–2,54%) foram os outros alimentos que registraram queda de preços em setembro. A boa oferta do feijão carioquinha e a baixa demanda dos consumidores contribuiu para que os preços se mantivessem em retração pelo segundo mês seguido.
• A jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica em Campo Grande, em setembro, foi de 111 horas e 20 minutos, mesmo tempo notado em Agosto. Contudo, ao observarmos a jornada de setembro de 2023, quando o tempo registrado foi de 112 horas e 37 minutos, nesse ano, observou–se redução em 1 horas e 17 minutos.
• O comprometimento do salário mínimo líquido4 para aquisição de uma cesta básica também manteve o percentual registrado em Agosto: de 54,71%. Em setembro de 2023, quando o salário mínimo líquido estava em R$ 1.121,10, o comprometimento da cesta alcançou 55,34%.
O salário mínimo necessário
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em setembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.657,55 ou 4,71 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em agosto, o valor necessário era de R$ 6.606,13 e correspondeu a 4,68 vezes o piso mínimo. Em setembro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.280,93 ou 4,76 vezes o valor em vigor na época, que era de R$ 1.320,00.
Variação por cidade pesquisada
Entre agosto e setembro de 2024, as maiores altas ocorreram em Porto Alegre (2,07%), Florianópolis (1,59%), Rio de Janeiro (1,56%), Vitória (1,56%) e Brasília (1,39%). As principais reduções foram registradas em Belém (-2,58%), Fortaleza (-2,31%) e Aracaju (-1,98%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 792,47), seguida por Florianópolis (R$ 768,33), Rio de Janeiro (R$ 757,30) e Porto Alegre (R$ 756,17). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 506,19), Recife (R$ 535,32) e João Pessoa (R$ 552,35).
A comparação dos valores da cesta, entre setembro de 2023 e setembro de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em 11 cidades, com destaque para as variações de São Paulo (7,85%), Goiânia (6,65%), Campo Grande (5,76%) e Rio de Janeiro (5,19%). Entre as seis localidades com retração nos preços, destacam-se Natal (-7,51%) e Recife (-6,12%).
Nos primeiros nove meses de 2024, nove capitais tiveram elevação nos preços médios. As maiores altas foram observadas em São Paulo (4,13%), Rio de Janeiro (2,53%) e Campo Grande (2,43%). As reduções, constatadas em oito capitais, variaram entre -2,32%, em Brasília, e -0,37%, em Natal.
Fonte: Dieese – Foto: Geraldo-Bubniak-AEN-PR
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