Clima pesado no Palácio do Planalto

Clima pesado no Palácio do Planalto

O clima está pesado no Palácio do Planalto. O café da manhã desta segunda-feira foi com gosto amargo de ressaca. O presidente de cara fechada mais que o normal. Afinal, não é “para menos”. Os últimos dias não tem sido fáceis.

Num dia o Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos, deixou de seguir o Bolsonaro no Twitter! Vejam bem, o presidente dos Estados Unidos! Oh! Meu Deus! Sabemos a importância que os Bolsonaros dão para as redes sociais, principalmente para o  Twitter, que – como se sabe – é a plataforma oficial de gestão do governo.

Vejam bem, o Trump deixou de seguir Bolsonaro no Twitter! Na linguagem bolsointernética isso equivale a um rompimento político e pessoal e em determinadas circunstâncias equivale até a uma declaração de guerra. Hitler quando invadiu a França, por exemplo, dois dias antes deixou de seguir o primeiro-ministro francês no Twitter. Depois do Moro ter saído do governo, imediatamente Bolsonaro deixou de segui-lo no Twitter! A coisa é séria.

Pois bem, Trump deixou de seguir Bolsonaro no Twitter! Uma bomba internacional! Carluxo, encarregado oficial do Ministério das Redes Sociais (maldosamente apelidado de gabinete do ódio) foi escolhido para dar a notícia bombástica ao presidente, que já estava de mau humor por conta do plantão do Jornal Nacional – em plena novela – para informar os números da pandemia, pois ele achava que tinha dado um golpe na Globo, mas nenhum iluminado da assessoria pensou na hipótese óbvia do plantão. O tiro tinha saído pela culatra.

Foi nesse clima de ressaca do plantão da Globo que veio a bomba do Trump ter rompido relações sociais no Twitter. O Ministério das Relações e Subordinações Exteriores foi convocado para dar um parecer do alcance político da medida de Trump. Guedes tentou tranquilizar dizendo que o pior já tinha acontecido mesmo: a Boeing desistiu da compra da Embraer depois da entrega sacramentada deixando a empresa brasileira na banguela e desmoralizada em nível internacional. E o dólar já subiu tanto, que o rompimento no Twitter era mais simbólico.

Bolsonaro continuou preocupado, a repercussão entre seus apoiadores, em números decrescentes, foi grande. Foi uma desmoralização pública. O Nelson Rubens foi convocado então para avaliar o que rolava nos bastidores da fofoca nacional. Isso é muito importante, é um termômetro do espírito nacional. As notícias não eram boas. A fofocaiada era geral. Mil motivos para o Trump ter rompido com Bolsonaro rolava no Whatsapp. A oposição estava “deitando e rolando” com o assunto.

A coisa estava nesse clima quando o Dudu chegou com o celular em mãos, suando e branco como uma folha de papel. Pediu para ficar a sós com o presidente. E mostrou o vídeo do Olavo de Carvalho.

Em clima de ressaca, o café está amargo nesta segunda-feira no Palácio do Planalto.

Eber Benjamim (Jornalista/Gazeta Trabalhista)

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