Dia do Índio: uma reflexão sobre a situação indígena em MS
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país entre os estados. Oficialmente são cerca de 80 mil indígenas, mas se levarmos em conta os descendentes de indígenas que vivem nas cidades esses números são bem maiores.
É preciso reconhecer que uma enorme injustiça histórica foi cometida contra esses povos. Isso são fatos: foram massacrados, suas terras foram tomadas à força, foram escravizados (antes do tráfico de negros da África) e submetidos a todo tipo de humilhação. Reconhecer isso é apenas reconhecer fatos históricos comprovados.
As questões colocadas hoje são: o reconhecimento de áreas indígenas (demarcação de seus territórios), o desenvolvimento de ações que permitam a sobrevivência dessas comunidades e o respeito à sua cultura própria.
Pensamos que isso em nada afeta o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e do Brasil, pois as áreas que as comunidades indígenas querem ver demarcadas são apenas uma pequena parte do que historicamente era deles. É preciso reconhecer isso.
O Brasil tem muita terra, é um dos maiores países do planeta em tamanho. Tem terra suficiente para os indígenas, quilombolas, para reforma agrária. Nosso problema real é a concentração da terra em poucas mãos: é o tal do latifúndio.
Reforma Agrária e demarcação das terras indígenas e quilombolas, sim!
Por um Brasil para todos!
Fábio Bezerra – presidente do Sindmassa/MS e advogado
(Sindmassa é um sindicato que representa trabalhadores do setor de alimentação de 35 municípios de MS)
(Foto em destaque; José Cruz – Agência Brasil)
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