Dólar bate recorde histórico e chega a R$ 5,41; Bolsa sobe 2,17%
Com a crise econômica se aprofundando paralelamente à crise sanitária provocada pelo novo coronavírus – o Covid-19 – o dólar disparou na volta do feriado de Tiradentes, e chegou fechou nesta quarta (22) cotado em R$ 5,41. É o maior valor nominal desde a o Plano Real. No ano a moeda americana já valorizou 35% frente ao real.
A disparada do dólar é fruto da instabilidade global e nacional. Com a falta de perspectivas para retomada da economia no curto prazo e com uma recessão profunda em vista, os investidores buscam refúgio na moeda americana.
Já a Bolsa tomou um fôlego, fechando com alta de 2,17%, marcando 80.687,15 pontos. Este é o maior nível em mais de um mês. Mas as ações amargam uma perda de mais de 30% no ano.
Recessão – Um estudo divulgado pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), órgão vinculado à ONU, a América Latina como um todo sofrerá uma grande retração neste ano de 2020, prevista em 5,3%. O estudo prevê uma retração nade mesma monta para a economia brasileira, de 5,2%.
Uma das consequências do dólar alto é o encarecimento das importações de alimentos, equipamentos e peças para a indústria, entre outros. Os exportadores podem obter um ganho extra com o câmbio alto, mas também prevê-se uma possível queda das exportações com a retração do comércio global. O Basil está de olho particularmente na evolução da economia chinesa, um grande importador de produtos agropecuários e de minérios do Brasil.
Estados como Mato Grosso do Sul, que exporta grande parte de sua produção agrícola (principalmente soja e milho, mas também carnes), podem sofrer impacto com uma retração das importações chinesas.
Foto: Marcello Casal Jr. (Agência Brasil)