Em defesa das liberdades democráticas, todo repúdio ao golpismo de Bolsonaro. Ditadura nunca mais!

Em defesa das liberdades democráticas, todo repúdio ao golpismo de Bolsonaro. Ditadura nunca mais!

Isolado quanto às medidas para controle da pandemia, com o governo atravessando uma grave crise política e de governabilidade, psicologicamente desequilibrado, Bolsonaro a cada dia vem mostrando suas intenções golpistas.

Numa tentativa desesperada de reaglutinar sua base de apoio, bastante abalada por conta da destemperança pessoal e pelos sucessivos erros na condução da economia (que já vinham de antes da crise sanitária), Bolsonaro deu neste domingo mais uma demonstração de suas intenções golpistas. O presidente participou de uma aglomeração, em pleno surto do coronavírus, onde o tom era a volta da ditadura com fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal e até a reedição do AI-5 (o Ato Institucional número 5, de 1968, da ditadura militar, que em sua essência proíbe manifestações e a livre organização dos trabalhadores, com intervenção nos sindicatos).

E para que Bolsonaro quer impor uma ditadura? Para atender quais interesses? Para isso basta olhar a composição de seu ministério. Bolsonaro representa os interesses dos banqueiros (Guedes), do latifúndio (Tereza Cristina) e do lobbie dos falsos pastores evangélicos (Damares). Todas as medidas desse governo, desde o início, foram sucessivos ataques aos direitos dos trabalhadores, com retirada de direitos da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), arrocho salarial, congelamento do salário mínimo e fim de políticas sociais. Bolsonaro tem lado, e não é o lado dos interesses econômicos e sociais dos trabalhadores.

Por tudo isso é preciso repudiar qualquer tentativa de golpe, seja de quem for, e a restrição das liberdades democráticas, direito de organização e manifestação e, também, da liberdade de imprensa.

Não aos golpistas! Sim aos aos direitos dos trabalhadores! Fora Bolsonaro!

As centrais sindicais abaixo assinadas repudiam a escalada golpista liderada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Sua participação em um ato em defesa da volta do famigerado AI-5, do fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, e pela da ruptura da ordem democrática, prevista na Constituição de 1988, foi mais um episódio grotesco desta escalada.

Isolado e crescentemente descontrolado que está, provocou, novamente, o seu show de horrores em relação ao necessário isolamento social e de bravatas que afrontam a democracia e colocam o país numa situação ainda mais dramática diante da pandemia que nos assola, e que já contabiliza mais de 30 mil contaminados e nos aproxima dos 3 mil mortos.

Seguindo o mau exemplo de Bolsonaro, atos semelhantes ocorreram hoje em diversas cidades brasileiras, mesmo em meio a quarentena para prevenção da disseminação do coronavírus.

Bolsonaro, mais uma vez testa os limites do seu cargo e os limites das instituições democráticas. Ele avança, com suas extravagâncias, onde não encontra resistência. Se esta resistência não vier, até onde irá a irresponsabilidade do presidente? Onde vamos parar? Uma contundente resposta faz-se urgente e necessária.

Importante frisar que, além de sua postura irresponsável, ele nada oferece aos trabalhadores. A dura realidade do Brasil de Bolsonaro é que os brasileiros, que já vem sofrendo perdas de direitos desde 2017, agora sofrem redução salarial de 30% por conta das medidas de suspensão do contrato de trabalho e redução de salário, instituídas pela MP 936.

Neste grave contexto as centrais sindicais chamam os líderes políticos e da sociedade civil, os representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, das instituições, bem como a todos os democratas, a cerrarem fileiras na defesa da Democracia para barrar os planos do atual Presidente de impor um regime autoritário e repressivo.

Não ao golpe de Bolsonaro!

Viva a Democracia!

São Paulo, 19 de abril de 2020

Sérgio Nobre – Presidente da CUT – Central Única dos Trabalhadores

Miguel Torres – Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah– Presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores

Adilson Araújo – Presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

José Calixto Ramos – Presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

Antonio Neto – Presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

 

Foto: Agência Brasil

CATEGORIES
TAGS
Share This

COMMENTS

Wordpress (0)
Disqus (0 )