História de MS: Valmir Corrêa e Lúcia Salsa lançam livros sobre a história de Mato Grosso do Sul nesta sexta (9) no Instituto Histórico e Geográfico de MS

   Os livros “Sertões, Homens de Ferro, Cidades de Barro” e “Histórias que não foram bem contadas” apresentam narrativas independentes e complementares. O objeto de pesquisas e textos dos autores foi, ao longo de muitos anos, as regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e a construção de uma sociedade fronteiriça num dos mais extremos sertões brasileiros, desde o século XVIII. O ponto de partida para a compreensão e explicação dessa história foi a opção pela dimensão sistêmica que permite a articulação ao eixo externo capitalista. Dessa forma, entende-se que apenas a abordagem metodológica que estabelece a relação entre o universal e o singular pode esclarecer a formação da sua sociedade múltipla e diferenciada nos sertões do Oeste brasileiro. Os autores explicitam ainda fatores intrínsecos que explicam a trama histórica desse território que são: a concentração de poder como base do coronelismo, a ausência de agências reguladoras do Estado que permitiu a vigência do banditismo endêmico e a violência extrema na luta pela posse de terras. Essa violência estrutural expandiu-se pelos séculos XIX e XX, desencadeando lutas permanentes até a criação do Estado de Mato Grosso do Sul. (Fonte: Editora CRV)

   Segundo a autora Lúcia Salsa Corrêa, “os livros abordam a formação social da fronteira Sul do antigo Mato Grosso até a criação do novo estado de Mato Grosso do Sul.   Nossa intenção foi construir uma narrativa que confere significado a um território onde vicejou uma sociedade singular, mas fortemente marcada pela violência.  Trata-se de contar a história que raramente aparece nos livros sobre esta grande fronteira sob o domínio de homens de ferro”.

   Para o também historiador Ahmad Schabib Hany, “vale muito prestigiar e adquirir essas verdadeiras relíquias para quem gosta de ler e, sobretudo, se interessa pela História. Docentes e pesquisadores pioneiros do antigo CPC, depois CEUC [em Corumbá] os autores são referência em todo o Brasil pelo rigor acadêmico com que desenvolveram com pioneirismo e sem qualquer política de fomento à pesquisa a pesquisa histórica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.”

Os autores