Proibição da produção de genérico contra hepatite C, por concessão de patente para empresa americana, em debate no  Senado

Proibição da produção de genérico contra hepatite C, por concessão de patente para empresa americana, em debate no Senado

   O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge de Lima, participa de audiência pública na manhã desta terça-feira (13), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde  debater a decisão do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) de conceder a patente de um medicamento contra hepatite C a uma empresa americana.

   A patente da droga sofosbuvir foi concedida à farmacêutica Gilead em setembro deste ano. O remédio cura a hepatite C em 95% dos casos. Com a decisão do Inpi, a indústria nacional fica proibida de produzir o medicamento genérico, que já estava registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A aquisição do genérico poderia gerar uma economia anual superior a R$ 1 bilhão para o Ministério da Saúde.

   O requerimento para a audiência pública é dos senadores José Serra (PSDB-SP) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES). O parlamentar paulista lembra que países como Egito, Argentina e China não concederam a patente à Gilead e produzem o genérico, enquanto o Chile estuda a possibilidade de quebrar a exclusividade da empresa americana.

   José Serra argumenta ainda que o pedido de patente da Gilead havia sido questionado por não apresentar os requisitos de novidade e atividade inventiva. Apesar disso, o INPI decidiu conceder a patente.

   — Com o genérico produzido no Brasil, o tratamento custaria R$ 6 mil, ao passo que hoje custa R$ 28 mil. O monopólio da Gilead poderá arruinar o plano do Ministério da Saúde de eliminar a hepatite C até 2030. Estamos falando de milhares de vidas que podem ser perdidas sem a existência do medicamento genérico para o tratamento da doença — argumenta Serra.

(com informações da Agência Senado)

 

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