Reajuste do funcionalismo: para Sista/MS Bolsonaro trata com discriminação servidores das universidades
O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta segunda (21) para um possível reajuste no salário dos policiais rodoviários federais. Sobre a impossibilidade de atender o restante do funcionalismo público federal, Bolsonaro disse “o que nós procuramos a fazer? Quem nós puder salvar na frente, a gente salva. E espero a compreensão das demais categorias, dos demais servidores do Brasil.”
No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento de 2022 com reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste dos salários das forças federais de segurança, a pedido de Bolsonaro. O restante do funcionalismo não foi contemplado.
Para Waldevino Basílio, coordenador do Sista/MS (sindicato dos servidores da UFMS), é evidente o tratamento discriminatório do presidente em relação ao restante do funcionalismo, particularmente com os servidores das universidades federais. “Não podemos esquecer que estamos em ano eleitoral e Bolsonaro quer agradar um setor que ele julga fechado com ele, como é o caso das polícias. Parece que ele vê os servidores das universidades como inimigos. O que está acontecendo é criação de um setor do funcionalismo privilegiado, o das forças policiais, e a descriminação do restante por motivos político-eleitorais. Não podemos aceitar isso, queremos respeito”, diz.
Basílio lembra que a última vez que houve negociação dos salários dos servidores das universidades foi em 2015. “De lá pra cá estamos só acumulando perdas para a inflação e como nos últimos meses os preços de produtos básicos, como os alimentos e combustível, dispararam a perda aumentou consideravelmente.”
Campanha Salarial
Em campanha salarial, os servidores federais cobram uma posição do governo para repor essas perdas e recompor minimamente o poder aquisitivo dos salários. “Do jeito que está não dá. O governo precisa sinalizar é para o conjunto do funcionalismo, e não somente para o setor do seu agrado e onde espera ter mais apoio para a reeleição.”
No momento os sindicatos estão construindo uma agenda conjunta de mobilização que pode desencadear uma greve geral do funcionalismo federal por recomposição dos salários. “Não estamos nem falando em ganhos reais, mas de reposição de perdas acumuladas. O governo pede compreensão aos servidores, que tal ele pedir compreensão aos donos de supermercados que aumentam os preços, aos banqueiros, aos donos de postos de gasolina?”, conclui Basílio.
(Fonte: Sista/MS – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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