Salário mínimo regional: importância para economia, diminuição da  desigualdade social e distribuição de renda

Salário mínimo regional: importância para economia, diminuição da desigualdade social e distribuição de renda

  O Brasil possui, em 2022, o segundo pior salário mínimo nacional do grupo de 32 (trinta e dois) países que integram a OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico – estando apenas à frente do México. O melhor salário é o da Austrália que tem  salário mínimo cinco vez maior que do Brasil.

Segundo pesquisas do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos – o salário mínimo nacional necessário para suprir o básico de uma família de 4 pessoas é hoje de R$ 6.000,00 (seis mil reais). Isso para o básico da alimentação, moradia, transporte e educação.

O governo federal estabeleceu para 2022 o  valor de R$ 1.212,00 como sendo o valor do salário mínimo nacional. Isso representa um valor cinco vezes inferior ao necessário.

Os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, visando amenizar essa situação estabeleceram um salário mínimo regional para os trabalhadores desses estados.

A sociedade sul-mato-grossense está carente de uma política de valorização da mão-de-obra de seu povo, pois apesar de ser um Estado pujante do setor do agronegócio e apesar do período de pandemia ter gerado emprego e visto a instalação de novas empresas, infelizmente, não debateu a importância de implantação de uma política de compensação para os trabalhadores e para sociedade como um todo.

Defendemos implantação de um salário mínimo regional, no Mato Grosso do Sul, que diminua a distância entre a renda necessário e o salário mínimo pago, pois os grandes empreendimentos que se instalaram aqui nas últimas décadas sempre receberam incentivos fiscais, ou seja, deixaram de recolher ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias em troca de emprego e péssimos salários.

É necessário que os trabalhadores, os agentes políticos e os movimentos sociais encontrem um caminho para implantar um salário mínimo regional que visa diminuir a desigualdade social e possa melhor distribuir a riqueza produzida aqui no Mato Grosso do Sul.

Defendo a implantação de um salário mínimo regional de R$ 2.000,00 (dois mil reais), pois aqui é um paraíso fiscal para os grandes empresários e um lugar de grandes injustiças social para seu povo.

Estamos há dez anos com a economia brasileira em crise. No meu ponto de vista, um dos principais fatores é  o baixo poder de compra do salário mínimo nacional. Isso afeta diretamente o setor de serviço e as pequenas empresas que são responsáveis pela maior parte dos empregos formais do país. Podemos mudar isso, juntos, através do voto direto e a pressão popular.

Não existe economia de mercado sustentável a longo prazo sem salários dignos. Por isso defendemos  um salário mínimo regional de R$ 2.000,00.

Fábio Bezerra – presidente do Sindmassa/MS  e advogado

Sindmassa é um  sindicato que representa trabalhadores do setor de alimentação em 35 municípios de MS

(Foto: Marcello-Casal-Jr-Ag-Brasil)

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