Sanções econômicas podem atingir usina comprada por grupo russo em Três Lagoas (MS)

Sanções econômicas podem atingir usina comprada por grupo russo em Três Lagoas (MS)

Na esteira da invasão russa à Ucrânia, diversos países de grande peso na economia mundial já anunciam sanções e bloqueio econômico como forma de pressionar o presidente russo Vladimir Putin.

O presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou ontem, 24, aquilo que seria “a maior sanção econômica já vista na história.” O presidente disse que as medidas terão início nos próximos dias. “A Rússia não poderá negociar nem em dólares, nem em euros nem em ienes”. Segundo Biden, os títulos do governo russo já caíram mais de 30%. A moeda do país, o rublo, também segue em desvalorização perante o mercado internacional.

O objetivo dessas sanções é isolar a Rússia tanto no plano político e econômico, procurando atingir seus interesses e investimentos no estrangeiro.

Usina de Nitrogenados em Três Lagoas comprada por grupo russo

Aqui entra a dúvida sobre o futuro da usina de nitrogenados no município de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

Iniciada no governo do PT, e ainda inconclusa, a usina foi privatizada recentemente, quando foi arrematada pelo grupo russo Acron.

 No anúncio da venda da usina, feito no dia 4 de fevereiro, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que “estou aqui em Três Lagoas e às vezes o Universo conspira ao nosso favor. Acabamos de receber a notícia que a Petrobras concluiu a venda da UFN3 para a Acron e já estamos avançando com o complemento dos entendimentos com o governador Reinaldo Azambuja.”

Oito dias antes do anúncio, o governador de MS, Reinaldo Azambuja, se reuniu com a diretoria da estatal e adiantou que a negociação para a venda da unidade estava avançada. “Esse empreendimento é de extrema importância para o Mato Grosso do Sul, tanto para recuperação da economia do município como para a autossuficiência que a fábrica poderá trazer em fertilizantes, dado que nosso estado é dependente altamente deste insumo”, ressaltou na ocasião.

Se na ocasião a ministra da Agricultura considerava que “o universo conspira ao nosso favor”, certamente não contava com essa pedra no meio do caminho: a visita de Bolsonaro à Rússia onde se solidarizou com o presidente Vladimir Putin, praticamente horas antes do anúncio da invasão da Ucrânia. E até o momento Bolsonaro não deu sinais de que vá condenar a ação do presidente russo. Chegou a humilhar publicamente o vice-presidente Hamilton Mourão dizendo que este “está dando peruada no que não lhe compete”, em live no Facebook ontem (24), por Mourão ter dito  que o Brasil deveria reagir e condenar duramente a ação militar russa.

O Brasil importa 85% dos nitrogenados usados no mercado interno, que são usados como fertilizantes na agricultura, sendo – portanto – de enorme importância para a economia não só de Mato Grosso do Sul (um grande produtor agrícola) mas de todo país. E um dos maiores exportadores de nitrogenados para o Brasil é justamente a Rússia, sede do grupo Acron que acaba de comprar a usina em Três Lagoas.

A pergunta que fica é: até que ponto irão as “maiores sanções da história”? Os Estados Unidos e seus aliados vão tentar inviabilizar com essas sanções os investimentos da Rússia em todo mundo e aqui  a usina de Três Lagoas pode entrar na mira. Um recurso possível seria sancionar toda empresa ou banco brasileiro que se associe aos russos nessa empreitada.

O universo pode até conspirar em nosso favor, Ministra, mas parece que Bolsonaro não.

A fábrica

A usina teve a obra paralisada em dezembro de 2014 após a Petrobras romper o contrato com o Consórcio responsável pela construção da fábrica que, na época, já havia consumido mais e R$ 3 bilhões.

A estatal colocou a usina à venda em setembro de 2017, dentro do programa de privatizações, alegando que não tinha mais interesse em seguir no seguimento de fertilizantes. A empresa da Rússia manifestou interesse na compra da fábrica, mas depois desistiu diante do empecilho para o fornecimento do gás natural, que viria da Bolívia, mas terminou finalizando a negociação da compra.

 As sanções

Biden anunciou que todos os ativos dos bancos russos nos Estados Unidos (EUA) serão congelados. “Temos US$ 1 trilhão em ativos congelados; um terço dos bancos russos serão cortados do sistema financeiro SWIFT”, revelou. O sistema SWIFT é uma cooperação internacional que conecta instituições financeiras em mais de 200 países, e que é controlado pelos bancos centrais dos países que integram o G-10 – grupo das 10 maiores economias do mundo.

Biden disse que os EUA reduzirão o acesso da Rússia à tecnologia e a financiamentos em setores estratégicos, como o aeroespacial. “Nossas ações afetarão mais da metade das exportações de alta tecnologia”, complementou.

O presidente norte-americano destacou ainda que “Os EUA não estão fazendo isso sozinhos, Há meses estamos construindo uma coalizão de parceiros”, disse, citando França, Austrália, Reino Unido, e Nova Zelândia. Momentos antes da entrevista, Biden já havia alinhado as sanções anunciadas com os outros líderes do G7 – grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. “Estão todos aliados”, informou.

Gazeta Trabalhista (Com informações da Agência Brasil e Portal do MS – Foto: Portal do MS)

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