UFMS e WWF-Brasil assinam Acordo de Cooperação pela preservação do Pantanal
A UFMS e a WWF-Brasil – Fundo Mundial Para a Natureza assinaram um Acordo de Cooperação para avaliar o efeito do fogo na Biota do Pantanal sul-mato-grossense e fortalecer a produção de informações técnicas para subsidiar políticas públicas de manejo integrado do fogo, com o objetivo de responder questionamentos relacionados aos impactos às populações mais afetadas.
Assinado pelo reitor Marcelo Turine e pelo advogado Fernando Antunes Caminati e a procuradora Cynthia Bezerra Coutinho, ambos representantes da WWF-Brasil, o Acordo de Cooperação visa a conjunção de esforços entre os partícipes na execução do projeto de pesquisa Projeto Noleedi – “Efeito do fogo na biota do Pantanal sul-mato-grossense e sua interação com os diferentes regimes de inundação”, coordenado pelo professor do Instituto de Biociências da UFMS e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação, Danilo Bandini Ribeiro.
O Projeto Noleedi é uma iniciativa da UFMS e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo/Ibama), aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que está pesquisando os efeitos do fogo no Cerrado e no Pantanal. Iniciado em 2018, o projeto é executado na Terra Indígena Kadiwéu, que possui cerca de 540 mil hectares localizados no norte do município de Porto Murtinho, sudoeste de Mato Grosso do Sul.
“O objetivo é entender a interação do fogo com os diferentes níveis de inundação na biodiversidade da região. A gente quer saber como esses dois fatores, que são tão importantes no Pantanal, atuam na biodiversidade”, explica o professor Danilo.
De acordo com o diretor da Agência de Internacionalização e de Inovação (Aginova), professor Saulo Gomes Moreira, viabilizar parcerias com instituições públicas, privadas ou organizações é uma estratégia importante da UFMS para potencializar os resultados dos seus projetos institucionais, sejam eles de pesquisa, de extensão, de desenvolvimento tecnológico ou de inovação. “A parceria com a WWF-Brasil, que é uma organização com ações consolidadas relacionadas as causas ambientais, só vai trazer mais benefícios para toda a sociedade, à medida que os resultados deste projeto de pesquisa desenvolvido conjuntamente poderão ser incorporados até mesmo por políticas públicas importantes, contribuindo para a preservação do nosso Pantanal”, ressalta.
Segundo o professor Danilo, a WWF-Brasil “veio para apoiar o levantamento de aves e mamíferos da região e o efeito do fogo e da inundação nesses dois grupos. Como a gente vive um momento de redução dos orçamentos para pesquisa, a parceria é muito importante porque a gente vai ter esse componente do nosso projeto bem estudado. Esperamos que essa parceria possa se estender para outras ações”, comenta.
De acordo com Danilo, o Projeto Noleedi possui um mapa atualizado da vegetação, assim como um histórico de área de fogo e área queimada no Território Indígena Kadiwéu nos últimos 20 anos. Com esses dados, foi possível verificar o efeito do manejo do fogo na ocorrência dos incêndios. “Desde 2009, o Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, que é nosso parceiro no projeto, atua na Terra Indígena Kadiwéu, e desde que eles começaram a atuar, o número de incêndios e área queimada diminuiu na região. Além disso, o efeito do clima na ocorrência dos incêndios também ficou menor a partir desse início de atuação do manejo integrado do fogo na região”, conta o professor.
A Universidade irá executar o projeto de pesquisa em todas suas fases: planejamento do estudo, coleta de dados em campo, organização e análise dos dados, elaboração de relatórios técnicos, apresentação dos dados em artigos científicos e palestras. A instituição também fornecerá estrutura logística para a pesquisa, como transporte, alimentação, equipamentos, material de consumo, entre outros, conforme disponibilidade. Já a WWF-Brasil deverá contratar um consultor ambiental para atuar no projeto com a coleta de dados em campo e elaboração dos relatórios técnicos dos grupos de aves e mamíferos de médio e grande porte.
Texto: Lucas Caxito (estagiário da Agecom)