Correios rompe processo de negociação acordado e reúne-se em separado com a FINDECT
Para a FENTECT, reunião em separado não estava prevista no calendário de negociação estabelecido em consenso entre as partes. Federação afirma não reconhecer a Ata dessa reunião e pede sua nulidade.
Em processo de negociação do novo Acordo Coletivo de Trabalho anual, os trabalhadores dos Correios são representados na mesa de negociação por duas federações: a FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares) e a FINDECT (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios). No início do processo de negociação ficou estabelecido um calendário consensual de reuniões, que agora foi rompido pela empresa e pela FINDECT ao realizarem uma reunião em separado.
Para a FENTECT houve um “rompimento do processo institucional de negociação” e a federação vai entrar com pedido de anulação da Ata da referida reunião por não estar prevista no calendário acertado em comum e de forma consensual entre as três partes.
A FENTECT divulgou um informe nesta quinta, 25, onde expõe os fatos. Veja abaixo na íntegra.
ECT APRESENTA MAIS ATAQUES CONTRA A CATEGORIA E AGE DE MÁ FÉ NAS NEGOCIAÇÕES
Na última quarta-feira, 24/07, aconteceu mais uma reunião de negociação da campanha salarial 2019/2020 dos trabalhadores dos Correios. Novamente, a direção dos Correios descumpriu o acordado, não apresentou sua proposta de reajuste salarial, não se pronunciou quanto ao plano de saúde da categoria, acrescentou novos ataques no que diz respeito à cláusula 39 – Reabilitação profissional – e ainda afirmou que realizou uma reunião com a FINDECT, por fora do processo de negociação institucional, registrando uma “ATA”, sem o conhecimento da representação da FENTECT.
Tal conduta rendeu uma denúncia por parte da FENTECT, que fez constar em ATA seu repúdio contra essa traição da Empresa, e que segue neste informe para conhecimento de toda a categoria.
O Comando Nacional de Mobilização e Negociação (CNMN) da FENTECT denuncia a quebra do processo institucional de negociação coletiva da Campanha Salarial 2019/2020 pela parte patronal. A 6ª ATA de reunião – Negociações do Acordo Coletivo de Trabalho – 2019/2020 – que relata a reunião entre a Empresa e a FINDECT, não corresponde ao processo negocial institucional realizado, com calendário acordado, o qual instituiu que todas as reuniões seriam realizadas no Miniauditório, Coordenação Nacional II – UniCorreios, com a Representação dos Trabalhadores, conforme consta na 1a Ata de Negociação.
Destacamos ainda, que a FENTECT e seu Comando Nacional de Mobilização e Negociação não reconheceu a legitimidade da reunião em questão e solicitou a nulidade da 6a Ata de reunião, no seu teor integral, uma vez que esta representação não participou da reunião que produziu tal Ata.
A quebra do processo negocial por parte dos representantes patronais que, usando de má fé, registraram a 6a Ata somente com uma parte dos participantes do processo de negociação, às costas das demais representações dos trabalhadores, é uma demonstração das manobras da direção da Empresa para tentar esconder da categoria os verdadeiros ataques que estão sendo orquestrados contra os ecetistas de todo o País, além de buscar confundir a categoria e criar um clima de divisão entre os trabalhadores.
A situação não deixa dúvidas: não há outra saída senão organizar a luta nacional da categoria. O Comando Nacional de Mobilização e Negociação da FENTECT conclama os trabalhadores e trabalhadoras de todo o País, em especial os trabalhadores do Rio de Janeiro e de São Paulo, para que compareçam em massa às assembleias dos seus Estados para mostrarmos força diante dos ataques aos nossos direitos e contra as tentativas de manobra que acontecem às costas dos trabalhadores.
Além disso, o CNMN orienta os Sindicatos a ampliarem a mobilização com carros de som, panfletagens, reuniões setoriais, redes sociais, etc., para que possamos construir a maior greve da história dos Correios. Somente a mobilização da categoria poderá arrancar da ECT uma proposta de reajuste salarial com aumento real, respostas para o nosso plano de saúde, inclusive para os pais, e impedir a privatização da Estatal anunciada várias vezes pelo Governo Federal.
Precisamos dar uma resposta firme aos ataques da direção dos Correios!
Só a luta poderá garantir seu emprego!
Não à privatização!