Aldeia Urbana Kadiwéu e Escola Indígena em Campo Grande: Comissão das Causas Indígenas entrega reivindicações à Semed e Emha

Aldeia Urbana Kadiwéu e Escola Indígena em Campo Grande: Comissão das Causas Indígenas entrega reivindicações à Semed e Emha

A Comissão Permanente das Causas Indígenas da Câmara de Campo Grande protocolou na quarta-feira, 22, nos órgãos municipais responsáveis as reivindicações de implantação da Escola Municipal Indígena e da Aldeia Urbana para a etnia Kakiwéu. As propostas já haviam sido discutidas na última reunião da Comissão. Estima-se que 19 mil indígenas, de diversas etnias, morem na capital de Mato Grosso do Sul.

Escola Municipal Indígena de Campo Grande

As lideranças indígenas, junto com vereadores,  estiveram na Secretaria Municipal de Educação (SEMED) para entregar formalmente ao Secretário Lucas Henrique Bitencourt, o documento com a solicitação para instalação da primeira Escola Municipal Indígena de Campo Grande.

A reivindicação de implantação da Escola Municipal Indígena de Campo Grande foi validada por representantes das 24 aldeias urbanas e comunidades indígenas de Campo Grande, e  foi entregue em mãos ao Secretário Municipal de Educação.  O encontro contou com a presença  dos líderes indígenas Josivaldo Delfino, da Aldeia Urbana Inamaty Kaxé, localizada no bairro Santa Mônica, e do professor Kléber Gomes, um dos idealizadores da proposta. Os vereadores André Luis e Alírio Vilassanti acompanharam as lideranças.

Formalizar o pedido junto à Semed é um importante passo para a construção desta instituição, que há muito é solicitada pelos indígenas de todas as etnias que vivem em Campo Grande. As lideranças indígenas ressaltam a importância de existir uma instituição de ensino pensada para as crianças e adolescentes dos povos originários, já que neste espaço seria possível desenvolver um ambiente e metodologia que atenda as especificidades culturais e linguísticas das etnias.

Atualmente, Campo Grande tem quase 19 mil indivíduos dos povos originários, das etnias Terena, Kadiwéu, Kaiowá e Guató, que vivem em contexto urbano. Contudo, ainda não existe qualquer escola que possa atender as especificidades dessas culturas e modos de vida.

“Nós temos uma educação indígena, que é diferente da não-indígena, mas ainda não temos escola e precisamos de uma”, disse o líder indígena Nério Kadoshi, que esteve presente no encontro do dia 10.

O vereador André Luis ressaltou a importância da participação dos indígenas durante os estudos de viabilidade e processo de construção da escola, já que esta instituição precisa atender as necessidades apresentadas por eles. “Queremos que essa escola tenha a visão dos indígenas porque, nós, não-indígenas temos uma construção educacional diferente. Por exemplo, vamos precisar de professores indígenas para fazer o modelo de educação desta escola, que é diferente para eles”, afirmou.

Aldeia Urbana Kadiwéu e regularização fundiária

Outra agenda da Comissão foi a visita à Agência Municipal de Assuntos Fundiários (EMHA) para uma reunião com o Diretor Presidente Cláudio Marques, para entrega de um ofício solicitando a designação de uma área pública para instalação da primeira Aldeia Urbana da etnia Kadiwéu.

O objetivo é encontrar uma área para que a etnia Kadiwéu possa construir e se instalar em uma aldeia urbana, pois hoje moram em bairros diferentes na Capital. Foram tratada também a questão da regularização fundiária de duas áreas, uma no Jardim Inápolis e Vila Entroncamento em Indubrasil e da Aldeia Terena Água Funda no Jardim Noroeste, situação que já estaria em resolução e o secretário garantiu estar resolvida até o mês de agosto.

A próxima reunião da Comissão Permanente das Causas Indígenas, ficou pré agendada para o dia 7 de junho, às 14 horas, no Plenário Edroim Reverdito (Plenarinho) da Câmara Municipal, onde serão tratados os seguintes temas: Planejamento Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA).

(Fontes: Ana Clara Santos e Vanusa Menegazzi- Assessoria de Imprensa)

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