Bolsonaro recria Ministério das Comunicações e se aproxima mais do “centrão”; deputado Fabio Faria, genro de Silvio Santos, vai assumir a pasta

Bolsonaro recria Ministério das Comunicações e se aproxima mais do “centrão”; deputado Fabio Faria, genro de Silvio Santos, vai assumir a pasta

O presidente Jair Bolsonao anunciou, na noite desta quarta-feira (10), em uma publicação em sua conta do Facebook, que vai recriar o Ministério das Comunicações, a partir de um desmembramento do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. O deputado federal Fabio Faria (PSD-RN) será o titular da nova pasta. Marcos Pontes continuará à frente do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações.

Fábio Salustino Mesquita de Faria é filiado atualmente ao  PSD (Partido Social Democrático), cujo presidente é Gilberto Kassab (ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro nos governos Dilma e Temer). É natural do Rio Grande do Norte e filho do ex-governador Robison Faria. Anteriormente era filiado ao PMN (Partido da Mobilização Nacional), agremiação que ficou conhecida nacionalmente por ser o partido do então presidente Fernando Collor de Mello.

Casado com Patricia Abravanel, filha do dono do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), a nomeação para o ministério seria um indicador da influência de Silvio Santos no governo e uma forma de Bolsonaro angariar apoio no meio televisivo, num momento de queda da popularidade do presidente.

A indicação de Faria seria, também, mais um indicador da aproximação de Bolsonaro junto aos deputados do chamado “centrão”, em troca de cargos no governo federal.

A nomeação de Faria vem na esteira de outras nomeações que mostram a aproximação do PSD e do centrão do governo Bolsonaro.

O ex-deputado Carlos Marun foi reconduzido pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de Conselheiro da Itaipu Binacional, que administra a hidrelétrica de Itaipu, projeto conjunto entre o Brasil e o Paraguai. Marun foi ministro de Temer e ficou também nacionalmente conhecido como membro ativo do grupo de Eduardo Cunha, de quem é amigo e chegou a visitar na prisão. Foi também secretário do ex-governador de Mato Grosso do Sul, Andre Puccinelli, que chegou a ficar preso por envolvimento no desvio de recursos públicos em MS.

Outra nomeação, a do coronel da PM de Minas Gerais Giovanne Gomes da Silva, para a presidência da FUNASA também foi tida como sinal da aproximação com o PSD.

Com vários pedidos de afastamento apresentados no Congresso Nacional, Bolsonaro procura construir uma base de apoio para evitar que essas proposições avancem, ainda que na contramão do seu discurso que não faria nenhuma concessão ao congresso, visto pela sua base como corrupto e parte da “velha política”. Com movimento crescente de oposição nas ruas, em número superior ao de apoiadores, o presidente está agora dependente da “velha política” para se manter no cargo. A base de apoio que xinga o Congresso e o STF vai ter que adaptar o discurso.

(Foto: JBatista/Agência Câmara)

Sobre a aproximação Bolsonaro-Centrão, leia também:

https://gazetatrabalhista.com.br/marun-e-reconduzido-por-bolsonaro-para-conselho-da-itaipu-binacional-ato-seria-mais-um-sinal-de-acordo-com-deputados-do-centrao/

https://gazetatrabalhista.com.br/bolsonaro-nomeia-coronel-da-pm-para-a-presidencia-da-fundacao-nacional-de-saude-psd-se-aproxima-mais-do-governo/

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