O “pacote de maldades” do general Peixoto
Quando o primeiro general, Juarez Cunha, foi nomeado para presidente dos Correios para uma parte dos trabalhadores foi uma esperança de valorização da empresa, de seus funcionários e afastamento da ideia de privatização. Afinal, pensava-se, os generais são nacionalistas e compreendem a necessidade de empresas estatais estruturantes num pais das dimensões do Brasil e com sérios problemas de infraestrutura.
Mas o que se viu, infelizmente, foi um ataque nunca visto nos direitos dos trabalhadores, incluído aí a retirada dos dependentes (pais e mães) do plano de saúde e aumento do desconto, a título coparticipação no plano, dos trabalhadores.
O general Juarez foi sumariamente demitido pelo presidente do Jair Bolsonaro, por, pasmem, ter sido convidado oficialmente para uma audiência pública na Câmara dos Deputados (sobre os Correios) e após a audiência, como é praxe, ter tirado fotos com os presentes – sendo alguns deles parlamentares da oposição e sindicalistas dos Correios que estavam na audiência.
Bolsonaro usou essa desculpa para dar um “pé na bunda” do general, mas a pergunta ficou no ar: foi realmente demitido por isso? Bolsonaro é tão paranóico a esse ponto? Ou o general se opunha à aceleração do processo de privatização dos Correios?
Para substituir o general Juarez, Bolsonaro nomeou outro general, o agora presidente dos Correios Floriano Peixoto. O novo general, que está se notabilizando pela sua arrogância, deixou claro para que veio. Alinhado ao extremo com o entregador-mor do patrimônio nacional, o ministro banqueiro Paulo Guedes, Peixoto tratou logo de aprofundar o plano de retirada de direitos que já vinha sendo efetuado pelo general anterior.
Retirar direitos, até reduzir os trabalhadores à condição de terceirizados sem direitos parece o objetivo. O general adota a visão neoliberal completa: o problema são os salários e direitos dos trabalhadores, embora os funcionários dos Correios recebam os menores dos salários entre as estatais e a empresa seja lucrativa: nos dois últimos anos o lucro Correios chega a quase R$ 700 milhões. Os Correios, verdade seja dita, não só se autossustenta como repassa parte dos seus lucros para governo federal gastar onde quiser.
A intenção é clara: retirar todos os direitos dos trabalhadores, rebaixar os salários ainda mais e no final privatizar a empresa. Os trabalhadores se perguntam: e um general quanto custa para os cofres públicos? Quem paga os salários e benefícios deles (inclusive atendimento de saúde)? Quem paga as pensões deles (inclusive para filhas maiores de idade)? É para isso que temos um general à frente da direção dos Correios?
Ao que parece, o general assumiu para si a implementação do “pacote de maldades” que vem sendo elaborado desde as gestões passadas. O quadro abaixo mostra onde a direção dos Correios quer “economizar”: sobre os direitos dos trabalhadores, apesar da empresa estar registrando lucros.
O general Peixoto, do alto da sua arrogância, é o único presidente dos Correios que até hoje se recusou a receber a representação dos trabalhadores. Como tecnocrata que é, e não afeito ao que parece ao processo democrático de negociação, para não se falar em apenas respeito, Peixoto é conhecido entre os funcionários da direção dos Correios (em nível nacional e nas regionais) por um fato que o “diferencia” dos anteriores, até mesmo do general Juarez: só ele fala, os outros apenas ouvem. Constantemente divulga áudios, acompanhada de uma foto, onde se dirige aos trabalhadores. No último divulgado, faz um “apelo” aos trabalhadores para que não participem da greve nacional convocada para o dia 11 de setembro e “convoca” os trabalhadores a permanecerem nos seus postos, na sua típica postura militar.
Os trabalhadores dos Correios encontram-se na data-base da categoria, tentando negociar o novo acordo coletivo de trabalho. Mas não são recebidos pelo general, que pretende impor um “reajuste” de 0,80% que não repõe sequer a inflação acumulada no período que chega a quase 4%. Ou seja, o general quer impor um arrocho salarial, com perda real no poder aquisitivo, além de retirar direitos como exposto no quadro. Ao final, a privatização, como quer o ministro banqueiro Paulo Guedes.
Agora o general Peixoto resolveu ao que parece humilhar o TST (Tribunal Superior do Trabalho). Com o impasse nas negociações, o vice-presidente do TST, ministro Renato de Paiva Lacerda, propôs a prorrogação do atual acordo coletivo por mais 30 dias, para que as negociações continuassem e se tentasse chegar a um consenso. O general Peixoto não aceitou. O resultado prático disso é que os trabalhadores dos Correios encontram-se no “limbo jurídico” pois não têm mais as garantias do acordo anterior e não têm um novo. Há nisso um cálculo político, o general colocou “uma faca no pescoço” dos trabalhadores: ou aceitam ou aceitam a redução de direitos e de salários. No final, o sonho de Paulo Guedes: a privatização.
A pergunta continua no ar: é para isso que os militares estão no poder?
Foto: Posse do general Floriano Peixoto como presidente dos Correios (Valter Campanato/Agência Brasil)
Fico triste com esse procedimento, porque, somos humanos. E como humanos que representamos os correios, não deveríamos sermos tratados como animais irracionais. Que o nosso presidente que já tomou tantas decisões, agora olhe por nós, vendo que somos brasileiros, que zelamos de um patrimônio público totalmente brasileiro, por onde milhões de pessoas usufruíram, usufrui e usufruirão. Todos nós temos famílias e as famílias são bases de sustentações de todas as nacões. A não ser que, pra os governos atuais, isso não importa mais. Pode estar fazendo parte do pacote covid19. Por que todos que temem o nome do Sr Jesus Cristo, são humanos e presa pela família. Ao contrário disso, são desumanos e massacradores dos menos favorecidos. Por isso Sr Presidente, pelo o versículo que o senhor tomou por base na sua campanha eleitotlral, “conhecereis a verdade e verdade vos libertará”, dá-se a entender que tú és humano. Creio que vossa excelência irá vê nosso caso no ACT e o caso do nosso patrimônio nacional, do povo brasileiro. Creio que o senhor não deixará acontecer o que aconteceu na Venezuela, porque o senhor é humano. Amém? Somos uma família ecetista que precisa, como toda família bem ajustada e bem tratado, pra sobreviver, dependemos da sua compreensão. Somos humanos.