1º de Maio tem protestos em todo o Brasil contra a reforma da Previdência. Em Campo Grande ato foi desmarcado por causa da chuva.
O 1º de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, será marcado pela luta unificada contra a reforma Previdência. Em todo o país, trabalhadores de diferentes categorias participam das manifestações na data, em atos unitários convocados pelas centrais sindicais.
Todas as capitais tem manifestações marcadas para o dia, sendo que o maior ato deve acontecer no do Vale do Anhangabaú em São Paulo, com apresentações artísticas e culturais.
Em Campo Grande (MS) o ato marcado para acontecer no bairro Moreninhas foi cancelado, devido à forte chuva que acontece nesta quarta desde as primeiras horas da manhã.
Durante os atos do 1º de maio, a CUT e demais centrais vão anunciar o chamado para a greve geral no dia 14 de junho, contra a reforma da Previdência. Para o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o momento que o país vive é muito grave e, por isso, é fundamental a unidade dos sindicatos na luta para barrar o projeto do governo que pretende acabar com a aposentadoria de milhões de brasileiros e brasileiras, especialmente os mais pobres. “Nunca vivemos uma situação como esta de ver um sistema de Previdência sendo desmontado, como quer o governo. É um retrocesso civilizatório que está acontecendo no Brasil”, afirma.
Se o Congresso Nacional aprovar o texto da reforma, diz o Secretário-Geral da CUT, além da obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, o valor das aposentadorias será drasticamente rebaixado. “Para ter acesso ao valor do benefício integral, os trabalhadores terão de contribuir por, no mínimo, 40 anos, o que é praticamente impossível. O BPC será reduzido de um salário mínimo para apenas R$ 400. São muitas as maldades contidas nessa reforma”.
Não à privatização dos Correios
Além da questão da Previdência, os sindicatos dos trabalhadores dos Correios estão levando para os atos o “Não à Privatização dos Correios”. Bolsonaro anunciou, através da imprensa, que já pediu um estudo sobre a privatização da estatal, gerando temor entre os funcionários quanto ao futuro de seus empregos.
15 de maio: paralisação da educação contra a reforma da Previdência
A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação já anunciou para o dia 15 de maio uma nova paralisação dos professores e funcionários administrativos da Educação em todo país, que já tinham paralisado no dia 22 de março coma realização de grandes manifestações em todo país, reforçada por outras categorias.
Centrais sindicais convocam para 1º de maio
Adilson Araujo – Presidente da CTB
“O que está por trás desta reforma de Bolsonaro é a privatização da Previdência. É entregar as aposentadorias para o capital especulativo e transformar num título de capitalização, onde a relação se dará entre trabalhador e instituição financeira, sem proteção de assistência social ao trabalhador. Se não foi boa para o Chile, um país que tem muito suicídio de idosos, não tem como aproveitar um modelo fracassado no Brasil”.
Edson Carneiro, o Índio – Secretário Geral da Intersindical
“A importância da unidade das centrais é que o momento é muito grave. O governo avança para retirar direitos e, se a eleição dividiu o povo, precisamos dele unido agora para defender o direito, as garantias constitucionais e a democracia. Nós sabemos que manifestações são insuficientes e precisamos parar o Brasil”.
Luiz Carlos Prates, o Mancha – Membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas
“É uma deforma que acaba com direito e não há como negociar uma coisa que já nasceu podre. É possível, sim, derrubar essa proposta se os trabalhadores forem para rua. A unidade é importante e é necessário todos juntos, com a única bandeira contra essa reforma da Previdência”.
Ubiraci Dantas, Bira, Presidente da CGTB
“Vai ser um fato histórico porque só com unidade que derrubaremos esta reforma. Bolsonaro está tirando dos pobres para dar aos ricos, é um Robin Woody ao contrário e, além de tudo, é um anticristo, porque Cristo distribuiu aos pobres e ele quer distribuir para os banqueiros”.
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
“A proposta de Bolsonaro entrou no Congresso agora para discussão dos pontos e a gente precisa mostrar a força com a organização da classe trabalhadora que não quer uma reforma que tira direitos dos trabalhadores e permanece com privilégios”.
Com informações da CUT