Servidores da UFMS respondem a Guedes sobre pedido de apoio à Reforma Administrativa
Preocupado com o andamento da “Reforma” Administrativa o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu o apoio dos servidores públicos à “proposta” do governo em debate (em espera de votação) no Congresso Nacional.
Para uns, trata-se de desespero para que o projeto seja aprovado ainda em 2021, pois como 2022 é ano eleitoral ficaria mais difícil, pois os parlamentares (a maioria candidatos à reeleição) tendem a evitar temas que possam trazer desgaste político.
Além de pedir apoio à reforma, Guedes elogiou a categoria pela “contribuição que o funcionalismo deu ao interromper, por um ano e meio, os reajustes de salários” durante a pandemia.
Para o coordenador do Sista/MS, Waldevino Basílio (que é técnico-administrativo na UFMS) basta assistir o vídeo da fala do ministro Guedes na reunião ministerial onde ele diz com todas as palavras que estão colocando uma granada no bolso do inimigo, no caso os servidores, aproveitando o momento para congelar qualquer reposição nos salários. Para Basílio aquela fala de Guedes exprime bem o que pensa do serviço público e dos servidores, enquanto ganha milhões com o aumento do dólar pois tem conta em paraíso fiscal, a salvo da inflação que vive o Brasil.
Já para Cleo Gomes, também coordenadora do Sista/MS e enfermeira na UFMS, o pedido é uma provocação aos servidores. “O que posso falar sobre isso? Sinceramente? Será que algum servidor público do executivo apoiaria? Para mim, isso seria uma tremenda falta de respeito e honradez. Apoiar uma reforma que significa o fim dos servidores públicos. O fim dos serviços públicos e, consequentemente, das políticas públicas no país. Guedes odeia servidor público. Sua tarefa é destruir nossas estatais e privatizar. Um trabalho de entreguismo ao capital internacional. Ele atacou o servidor público o tempo todo. Para ele somos: “parasitas”, “zebras gordas”. Em uma fala sobre a suspensão de reajuste ao servidor público por 2 anos ele declarou que já havia colocado uma “bomba no bolso do inimigo”. Agora eu pergunto quem é o inimigo? Um ministro da economia que aplica seu dinheiro em paraísos fiscais não merece nenhuma credibilidade. Ele mesmo assinou seu atestado de “traidor da pátria”.
Resposta da Condsef
O secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Sergio Ronaldo da Silva, disse que “a possibilidade de os servidores públicos apoiarem a proposta de reforma administrativa é zero”, uma vez que ela seria a “configuração de um desmonte do serviço público, com o intuito de repassar o que é público ao privado, por meio da Lei de Terceirização”.
“[A proposta] não terá apoio porque, em primeiro lugar, um gestor que considera funcionários públicos como inimigos ou como parasitas não merece apoio. Em segundo lugar, porque ele [Guedes], até hoje, não apresentou dados críveis. Começou dizendo que a economia com a reforma administrativa seria de R$ 300 bilhões em dez anos. Depois disse que seria de R$ 450 bilhões, e agora diz que é de R$ 800 bilhões. Cada hora ele fala um número diferente. Não dá para acreditar”, argumentou o secretário-geral da Condsef.
(Fonte: SISTA/MS – Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
