Bancários do Banco do Brasil e Caixa Econômica saem na defesa dos bancos públicos
Bancárias e bancários de todo o Brasil se mobilizaram, na quinta, 6 de dezembro, em na defesa dos bancos públicos e da sua importância social e econômica, enquanto fomentadores do desenvolvimento do país. Os sindicatos estão explicando para a população os efeitos de uma possível privatização do Bando do Brasil e da Caixa Econômica.
Durante a mobilização, os trabalhadores alertaram a população para o fato de que os bancos públicos desempenham uma função social que os bancos privados se negam a cumprir. O Brasil, apesar de contar com um sistema financeiro reconhecidamente desenvolvido e rentável, possui alto índice de exclusão da população em relação ao acesso aos serviços financeiros.
Sendo assim, os bancos públicos possuem papel definitivo para a alteração deste quadro gerador de desigualdades. São eles que atendem a maior parcela de municípios no país, sobretudo aqueles comumente considerados menos rentáveis. Estão mais presentes em regiões do Norte e Nordeste do Brasil, mais carentes em termos de atendimento bancário. Na região Norte, 63,3% do total de agências são de bancos públicos e na região Nordeste, 59,3%. Por isso, é fundamental defendê-los.
Não é nova a ideia de privatização dos bancos públicos. Pedro Malan, ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso (FHC), já havia prometido ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a eliminação destas instituições, seja pela via das privatizações, seja pela via do seu enfraquecimento – transformando-os em bancos de segunda linha. A ideia ficou adormecida durante anos, mas voltou a ganhar força com o golpe contra a democracia, com Michel Temer. Agora, com a eleição do novo governo, o risco é ainda maior.
Desde 2015, a CAIXA cortou 12.791 postos de trabalho, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
Além de promover o desemprego, sob o governo Temer os bancos públicos tiveram o atendimento à população prejudicado, tanto com a redução de pessoal, quanto com o fechamento de agências.
O Banco do Brasil, por exemplo, fechou 777 agências bancárias de 2015 a 2017. A CAIXA vem realizando a mesma política, fechando agências consideradas pelos atuais gestores como não lucrativas. Normalmente em bairros periféricos ou em pequenas cidades, onde havia apenas uma agência bancária. Com isso, as pessoas precisam se deslocar por grandes distâncias se quiserem contar com os serviços bancários.
Panfletagem em Campo Grande para denunciar o sucateamento do BB e da CEF
Em Campo Grande, a mobilização aconteceu na agência da Caixa, localizada na esquina da Rua 13 de maio com a Marechal Cândido Mariano e nas agências do Banco do Brasil, na Rua 13 de maio e na Av. Afonso Pena. Os dirigentes sindicais entregaram um material explicativo para os trabalhadores, reforçando a importância dos bancos públicos.
Segundo o presidente do SEEBCG-MS, Edvaldo Barros, a mobilização tem o objetivo de conscientizar a população e os bancários sobre a importância dos bancos públicos para a sociedade. “Há muito tempo a gente já vem realizando um trabalho de defesa dos bancos públicos. Diante das constantes ameaças temos que intensificar essa mobilização, dialogando com os trabalhadores e também com a população em geral”, enfatizou.
Para o Secretário de Assuntos Jurídicos e bancário do BB, Orlando de Almeida Filho, o diálogo com a sociedade e com os bancários é fundamental. “Como um todo a categoria já vem reforçando a importância dos bancos públicos. Nosso movimento hoje tem como principal objetivo reafirmar com o trabalhador bancário a importância dessas instituições para a sociedade e o desenvolvimento econômico, social e cultural de nosso país”, frisou.
Gazeta Trabalhista
Fontes: Sind. Bancários MG; Sind. Bancário de Campo Grande e CUT