Sem negociação com general Peixoto, trabalhadores dos Correios aprovam indicativo de greve para o dia 11 de setembro

Sem negociação com general Peixoto, trabalhadores dos Correios aprovam indicativo de greve para o dia 11 de setembro

  Em processo de negociação do novo acordo coletivo de trabalho, os trabalhadores dos Correios aprovaram, em assembleias realizadas ontem em todo país ontem (3)  o indicativo de greve nacional a partir do dia 11 de setembro. Novas assembleias deve ocorrer no dia 10 em todo país para decretar a greve caso a direção da estatal continue se recusando a negociar.

  O presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, tem se recusado a negociar com a categoria. Peixoto é o único presidente dos Correios que se recusou a receber as representações dos trabalhadores durante o processo de negociação até hoje, numa inflexão autoritária que surpreendeu todos os segmentos da categoria, dos funcionários de nível superior, técnicos até os carteiros.  A proposta do general é de um reajuste salarial de 0,80%, o que não repõe sequer a inflação acumulada no período, que chega a quase 4%.

  Além da perda real nos salários, que já são os mais baixos entre as estatais, os funcionários dos Correios têm amargado outras perdas, como do Plano de Saúde – que exclui pais e mães e aumentou o percentual de desconto dos trabalhadores.

  Segundo a presidente do SINTECT-MS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Mato Grosso do Sul), Elaine Regina Oliveira, a ECT é uma empresa lucrativa e que – ao contrário do que muitos pensam – repassa dinheiro para os cofres do Tesouro Nacional a título de dividendos. “Muita gente pensa que o governo sustenta os Correios. É o contrário: os Correios é que repassam recursos para o governo. Nos dois últimos anos o lucro da empresa chega a R$ 700 milhões. Isso de lucro líquido. Por outro lado, os salários pagos são os menores entre as estatais. As perdas acumuladas pelos trabalhadores tem sido grande.”

  Além da perda na remuneração, Elaine aponta que os trabalhadores estão sendo penalizados com péssimas condições de trabalho por falta, principalmente, de pessoal. De quase 120 mil funcionários em nível nacional, a empresa recuou para cerca de 100 mil nos últimos anos, sem a realização de novos concursos. “Quem sofre com isso são os clientes, que amargam atrasos, e os trabalhadores com acúmulo de serviço que é humanamente impossível de cobrir com o número de funcionários atual.”

  Segundo Elaine a ECT sempre foi um modelo de estatal, e o que explica o sucateamento é a pressão pela privatização. “Bolsonaro está cedendo a tudo que o Paulo Guedes, ministro da Economia quer. E o que ele quer é privatizar tudo, principalmente as estatais lucrativas. Não há nenhum projeto nacional, apenas a vontade de atender os interesses do capital privado”.

Assembleias aprovaram indicativo de greve para o dia 11

CATEGORIES
TAGS
Share This

COMMENTS

Wordpress (0)
Disqus (0 )