Insinuação de Coronel Davi, de que assessoria da senadora Soraya estaria envolvida na invasão de seu celular, acirra disputa interna no PSL
Em declarações à imprensa e na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul nesta quarta, 25, o deputado estadual Carlos Alberto David (PSL) insinuou que a assessoria da senadora Soraya Thronicke seria responsável pelo hackeamento do seu celular e distribuição de vídeo com ataque à sua atuação parlamentar.
No caso, o ataque ao qual o deputado se refere é seu voto favorável à homenagem ao ex-senador Delcídio do Amaral, que foi nomeado presidente do PTB/MS pelo presidente nacional do partido, Roberto Jefferson. Coronel Davi assume que barganhou voto com o deputado estadual Neno Razuk (PTB), que apresentou a proposta, afirmando que ele votaria a favor da homenagem a Delcídio do Amaral em troca de voto favorável de Razuk à sua proposta de homenagem ao presidente Jair Bolsonaro. O deputado Coronel Davi foi um dos 17 votos favoráveis à comenda do Mérito Legislativo para Delcídio. Já o projeto de Davi concede o título de “Cidadão Sul-mato-grossense” ao presidente da República.
Fogo Amigo
Coronel Davi insinua que membros do seu próprio partido, PSL, possam ter articulado a invasão de seu celular e distribuição de vídeo criticando sua atuação parlamentar.
Segundo Davi, na noite de ontem, 24, o seu celular foi invadido e passou a disparar pelo Watasapp um vídeo onde um membro do PSL de Brasilia, Bruno Gomides, critica a sua atuação no caso da comenda ao ex-senador Delcídio. Davi cita uma outra pessoa, Mateus Correa, como também envolvido na invasão do celular e difusão do vídeo com ataques à sua pessoa.
Cria de Puccinelli e apoiador de Reinaldo Azambuja
A briga pelo controle do PSL no estado acontece desde o período pré-eleição de 2018. Para o grupo da senadora Soraya, do qual também fazem parte o deputado estadual Capitão Contar e o deputado federal Tio Trutis, Coronel Davi representaria “a velha política” pois foi chefe da Polícia Militar no governo de André Puccinelli (que chegou a ficar preso por envolvimento em casos de corrupção) e nunca escondeu seu apoio ao atual governador do estado, Reinaldo Azambuja (PSDB), desde o primeiro mandato.
Davi chegou inclusive a pleitear o comando da secretaria estadual de Segurança Pública, colocando-se a disposição para o cargo no governo Azambuja, mas não foi atendido em sua pretensão. Assumiu como deputado estadual (era suplente), em 2016, no lugar do deputado Barbosinha, que assumiu a secretaria de Segurança. Dessa forma, Davi seria um espécie de “oportunista da velha política” dentro do PSL, que se beneficiou da onda Jair Bolsonaro em 2018, enquanto os do grupo de Soraya seriam os “bolsonaristas autênticos” em MS.
Fora do comando do PSL
Em fevereiro deste ano o grupo de Davi foi afastado da direção do PSL estadual com a nomeação de uma direção provisória encabeçada pela senadora Soraya. Desde então a relação entre os dois grupos só tem azedado.
Davi não esconde sua pretensão em sair novamente candidato a prefeito, como foi na última eleição (pelo PSC), mas o grupo de Soraya pretende lançar o Capitão Contar, mais afinado ao ideário de direita de Jair Bolsonaro. Na eleição de 2016, Coronel Davi ficou em quarto lugar, com 20.631 votos (4,83% do total de votos válidos).
O fato é que o passado “Puccinellista” de Davi e seu apoio declarado a Azambuja tanto no primeiro mandato como no segundo turno em 2018, quando o governador foi reeleito, se tornou um entrave para suas pretensões dentro do PSL.
Fotos: Assessorias AL-MS e Agência Senado
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