Bolsonaro vai autorizar corte de até 100% na jornada de trabalho e salários; trabalhadores serão compensados pelo Tesouro Federal com o valor que receberiam do seguro-desemprego
Frente a agudização da crise econômica, o governo federal já prepara uma Medida Provisória (MP) que permitirá a redução em até 100% da jornada de trabalho com a consequente redução proporcional dos salários. A medida, considerada emergencial, deve valer por 90 dias.
A definição do percentual de redução ficará com cada empregador. Empresas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões terão que pagar pelo menos 30% do salário. A compensação ficará a cargo do Tesouro Federal, tendo como parâmetro o que o trabalhador receberia do seguro-desemprego, caso fossem demitidos.
Pelas contas dos técnicos do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, a medida pode alcançar cerca de 25 mihões de trabalhadores. O argumento do ministério é o de evitar o desemprego.
Tamanho da crise
A edição dessa Medida Provisória visaria evitar o aumento do desemprego, dar um fôlego para as empresas no auge da crise e garantir uma renda mínima para os trabalhadores.
Espera-se que a medida seja publicada ainda nesta quinta, 2 de abril, e como trata-se de uma Medida Provisória passa a ter efeito imediato, mas precisará ser referendada pelo Congresso Nacional.
Sindicatos de fora
Pela proposta do governo, os sindicatos ficarão de fora da negociação da redução da jornada de trabalho e dos salários, que será feita diretamente entre o patrão e o empregado.
Foto: Agência Brasil