Combate aos incêndios no Pantanal prioriza concentração de focos no Paraguai-Mirim em Corumbá
Com previsão de extinção dos focos de calor próximos a morraria que circunda a Baía Vermelha, na Fazenda Santa Tereza, a força-tarefa criada pelo Governo do Estado para combater as queimadas no Pantanal de Corumbá se desloca para outras áreas críticas, mobilizando três aeronaves e pelo menos 50 homens, entre bombeiros, pilotos, brigadistas e pessoal de apoio. Mais de 20 mil hectares já foram queimados na região.
Na manhã deste sábado (25), os aviões Air Tractor, do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso e do Distrito Federal, fizeram os últimos lançamentos de água na região da Baía Vermelha, especificamente na Baía do Cedro, que também integra área da Fazenda Santa Tereza. Sobrevoo na região verificou que existiam apenas dois focos, que também estão sendo combatidos por terra, com deslocamento de bombeiros pelo helicóptero da PM/MS.
No Paraguai-Mirim
Com a intensidade dos incêndios florestais se deslocando mais para o Sul em relação à Serra do Amolar, os esforços da força-tarefa passam a se concentrar na região do Paraguai-Mirim, uma comunidade tradicional distante 150 km por água de Corumbá. Nesta área, estão sendo montadas duas bases de operação, uma na escola estadual que funciona na comunidade, e na Ilha Verde, e os bombeiros e brigadistas foram posicionados com apoio do helicóptero.
“Temos 14 bombeiros na frente do fogo na Ilha Verde e foram montadas bombas de água, com 300 metros de mangueira, usando água das lagoas e corixos no entorno”, informou o tenente-coronel bombeiro Waldemir Moreira, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros/MS e na coordenação da operação no Pantanal. Ele adiantou que está programado o lançamento aéreo de água nos focos que ocorrem na região do Paraguai-Mirim.
Rastro de destruição
Os incêndios florestais no Pantanal ocorrem deste março, em cujo período do ano a região afetada começa a encher com a chegada das águas pluviais das cabeceiras do Rio Paraguai. Este ano, no entanto, o baixo índice pluviométrico mantém as áreas secas e o acumulo de biomassa e as altas temperaturas causam focos, que são, na maioria dos casos, provocados pelo homem. O Ibama estimou que 220 mil hectares foram queimados em todo o bioma.
“A perda da biodiversidade é inestimável, com uma grande mortandade de animais silvestres, além de abrigos, ninhais”, comentou Ângelo Rabelo, diretor do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ong que integra a força-tarefa. “Somente na fazenda Santa Tereza, mais de 20 mil hectares de vegetação nativa foram destruídos, e na região do Paraguai-Mirim as comunidades também foram atingidas, ou pela intensa fumaça ou pela perda ambiental”, acrescentou.
Fonte: Portal do MS – Sílvio de Andrade / Fotos: Silvio Andrade e Corpo de Bombeiros