Campo Grande: necessidade de novo macro anel foi debatida em audiência sobre impacto da Rota Bioceânica em rodovias que passam pela cidade

Campo Grande: necessidade de novo macro anel foi debatida em audiência sobre impacto da Rota Bioceânica em rodovias que passam pela cidade

As mortes constantes por acidentes de trânsito e os problemas de acesso aos bairros periféricos como Jardim Veraneio e Noroeste, que podem ser agravados com a chegada a Rota Bioceânica, foram apontados na manhã desta quarta-feira (29), durante Audiência Pública que reuniu autoridades, comerciantes, moradores e a sociedade em geral, como cruciais para justificar a necessidade de realizar a duplicação do rodoanel rodoviário ou a construção de um macro anel por fora, ligando as saídas de Sidrolândia, São Paulo, Três Lagoas e Cuiabá, sem passar por dentro da área urbana da Capital.

O vereador Prof. André Luis, que presidiu a Audiência destacou que o assunto precisa ser amplamente discutido para que seja aplicada a melhor solução a longo prazo. “Campo Grande tem crescido demais, tenho dados de 1962, Campo Grande tinha 35 mil habitantes, agora 60 anos após temos quase um milhão de habitantes. O nosso medo, o nosso receio é de que o que hoje pé uma solução vire um problema. Hoje o nosso macroanel que a gente tem está praticamente dentro da cidade, antes o macroanel era ali na Zahran, na Avenida Ceará, hoje a Ceará é uma avenida importante e central. Quando lançamos esse macroanel, jogamos ele lá para a periferia e agora está dentro cidade. Minha preocupação é que daqui 30 anos Campo Grande se torne uma Água Clara com uma rodovia dividindo a cidade ao meio. Precisamos nos antecipar a isso”, explanou.

De acordo com o vereador Ayrton Araújo, presidente da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos, temos que nos preocupar com Campo Grande, precisamos criar um novo anel, mas temos que pensar quem vai pagar a conta, quem vai gerenciar esse novo anel se construído. Vivemos apertados. Campo Grande não suporta mais esse acesso, dentro aqui do Indubrasil, que não tem uma segurança, não tem estrutura. É impossível você transitar nesses trechos em Campo Grande com tantos caminhões, agora imagina o quanto vai aumentar com essa rota bioceânica. Temos que criar um Comitê Internacional, porque não é só o Brasil, só Mato Grosso do Sul para discutir isso”, alertou.

O superintendente do DNIT em Mato Grosso do Sul, Euro Nunes Varanis, afirmou que “já temos um plano de rodoanel pela saída para São Paulo, passando por Três Lagoas indo até Terenos, para evitar passar pelos centros urbanos, assim vamos sair por fora do Indubrasil, fazendo duas alças. A parte norte do rodoanel não é nossa jurisdição do DNIT, mas estamos a disposição para ajudar nessa questão também”.

Segundo o superintendente regional da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Mato Grosso do Sul, João Paulo Pinheiro Bueno, o Km 480 ao KM 490, que vai da saída de Cuiabá até o pontilhão da saída para Três Lagoas, registra o maior número de acidentes do Estado. Ali a tragédia é quase certa. Isso há anos. Há a necessidade da duplicação, isso é urgente. Os bairros estão se desenvolvendo para aquele lado, o acesso ao Noroeste e demais bairros fica prejudicado. Temos que pensar isso agora. Daqui a dez ou cinco anos, vamos estar aqui falando sobre o mesmo assunto. Este é um momento de união dos órgãos, todas as autoridades envolvidas para que tenhamos essa solução”, disse.

Para Marcelo Miglioli, secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), “não dá pra jogar esse anel para fora da cidade sem falar em aporte financeiro. Para que a gente possa ter, temos que falar em termos financeiros. Essa audiência já está avançada, porque todo mundo aqui já está num consenso de que é preciso mudar o traçado e cabe a nós buscar os caminhos práticos que nós temos para fazer essa mudança. Na minha conversa com a CCR, entendi que a CCR não tem oposição nenhuma a mudança desse traçado, o que nos ajuda muito. Para a CCR e a ANTT, o novo traçado é muito mais viável. Esse é o maior problema que eles têm na concessão deles hoje, em termos de acidentes, em termos de desgaste, em termos de efeitos negativos, é justamente esse trecho da saída para Cuiabá e a saída para São Paulo”, afirmou.

O procurador geral de Justiça do Ministério Público Estadual, Alexandre Magno Benites de Lacerda, destacou a necessidade do novo rodoanel como forma de coibir as mortes por acidente e o estrangulamento dos bairros. “Acredito que todo assunto precisa ser amadurecido, mas ao mesmo tempo necessita ser operacionalizado com resultados reais, porque pessoas estão morrendo, a sociedade está sub-desenvolvendo na região com dificuldade, o bairro noroeste sofre com isso, com dificuldade de acesso fechado por uma rodovia, o parque dos poderes no qual estou lá, tem dificuldade de crescimento, porque o Jardim Veraneio é espremido por essa rodovia. Cada vida que perdemos é um custo muito caro para a sociedade”, afirmou.

(Fonte: Assessoria de Imprensa da Câmara – Foto: Edemir Rodrigues/Portal do MS)

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