Candidato, Contar “desobedece” Bolsonaro e mantém convocatória para ato neste domingo
Candidato a prefeito de Campo Grande, o deputado estadual Capitão Contar, do PSL, está “desobedecendo” a orientação do outro capitão, Bolsonaro, que após idas e vindas recomendou o cancelamento dos atos marcados para este domingo (15) por conta do quadro crescente de contaminação do coronavírus.
O potencial uso político-eleitoral do ato contra o STF e Congresso já vem sendo usado pelos opositores de Contar, dentro e fora das hostes bolsonarianas, para classificar a atitude como mero oportunismo eleitoreiro. Pré-candidato, Contar procura se consolidar no setor mais à direita do bolsonarismo, que defende o fechamento de instituições como o Congresso Nacional e o TST, órgão máximo do Judiciário, e a implantação de uma ditadura.
Disputa de militares – Disputando este segmento mais à direita com o Coronel Davi, Contar apoia abertamente o ato, apesar da recomendação de Bolsonaro. Entre os bolsonaristas-raiz já há quem veja Contar como traidor. Afinal, ele não seguiu o chamado de Bolsonaro para fundar o Aliança pelo Brasil e ficou no PSL, onde tem legenda garantida para sua candidatura. Ao contrário do deputado estadual Coronel Davi, que não somente saiu do PSL, como saiu “atirando” na cúpula do partido em MS (Contar, Soraya e Tio Trutis) por estarem traindo Bolsonaro, como no caso da disputa pela liderança do PSL na Câmara dos Deputados.
Para a ala radical do bolsonarismo, o ato deste domingo é um chamado à ditadura; para a ala de candidatos a vereador e prefeito, uma oportunidade de garantir algum apoio futuro; para outros apenas um ato de apoio a Bolsonaro. Mas seus desdobramentos podem definir o rumo do bolsonarismo no país: aprofundar o curso autoritário ou respeitar as instituições democráticas.
Foto: Site AL-MS