Deputado Paulo Corrêa sugere que aposentados tomem “chazinho de gardenal”; aposentados dizem que luta contra o desconto de 14% continuará
O deputado estadual Paulo Corrêa sugeriu aos aposentados que compareceram na Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 4, que tomem “chazinho de gardenal”, um remédio com propriedades anticonvulsivantes e sedativas que age no sistema nervoso central.
Um grupo com cerca de 60 aposentados e pensionistas compareceu hoje, 4, na Assembleia para cobrar informações sobre a questão do desconto de 14%, se a comissão de deputados já havia recebido os dados sobre a Previdência solicitados ao executivo, bem como se existe um encaminhamento concreto sobre o fim do desconto para os aposentados e pensionistas que têm doenças graves. Eles lembravam os deputados que “aposentado importa, aposentado vota, e sua família também”.
Deputado responde ao grupo
Solicitado pelo presidente da Assembleia para ler o Expediente do dia, o deputado Paulo Corrêa resolveu se dirigir às dezenas de aposentados e pensionistas que estavam presentes:
“Bom dia senhor presidente, bom dia senhoras e senhores deputados, bom dia aos aposentados. Tô vendo todos aqui. Queria só dizer o seguinte aos aposentados, senhor presidente, com a sua permissão. Aposentado vota, mas deputado também vota. Então calma lá, nós estamos tentando. Calma, se acalmem, eu já pedi calma. Minha amiga tá ali, tudo bem? Como é que vai? Não fica brava não, chazinho de gardenal, vamos devagar, pega leve.”
O movimento dos aposentados está avaliando a fala do deputado e deve pedir retratação pelo que consideram uma ofensa aos aposentados e pensionistas de Mato Grosso do Sul.
Segundo uma aposentada, “essa fala do Paulo Corrêa reflete algumas coisas, entre elas que estamos sim incomodando por estarmos na luta contra os efeitos perversos de uma falsa reforma da previdência que foi aprovada pelos próprios deputados a mando do executivo. Essa reforma está penalizando desde 2021 os servidores da ativa e aposentados. Viemos hoje aqui para cobrarmos informações, pois percebemos que existe um jogo de empurrar com a barriga. Existem aposentados e pensionistas em situação precária, particularmente os que tem comorbidades e doenças graves, como câncer. Temos ouvido muitas promessas, mas pouca ação. Reflete também como o deputado Paulo Corrêa enxerga a nós aposentados. Um absurdo. Parece que, para alguns, o servidor público sério é uma laranja que deve ser sugada e depois que sobra só o bagaço deve ser deixado de lado. Nós contribuímos religiosamente com nossas obrigações com a previdência quanto estávamos na ativa e que recebemos? Não somos nós os responsáveis pela crise do governo. Os políticos que administram as finanças públicas é que são. Chega desse tratamento indigno!”
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