Eleições: matéria do Correio do Estado revolta servidores da Educação de Campo Grande
Segundo matéria do Correio do Estado, professores e demais trabalhadores da Educação já apoiam reeleição de Adriane Lopes
Matéria publicada no jornal “Correio do Estado” no dia 13 de março deste ano, que voltou a circular em grupos de professores no município, vem causando revolta entre os trabalhadores da educação de Campo Grande.
Intitulada “Apoio da educação pode fortalecer pré-candidatura de Adriane Lopes” a matéria afima que – “segundo fontes ouvidas” – a chefe do Executivo de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), “ganhou um importante reforço na concretização do objetivo de continuar à frente da prefeitura da Capital. Trata-se do setor da educação, uma das categorias do funcionalismo público municipal mais fortes que, segundo fontes ouvidas pelo Correio do Estado, já teria fechado consenso em apoiar Adriane Lopes (…)”.
E prossegue: “Na teoria, a pré-candidatura de Adriane Lopes ganha musculatura, tornando-se uma forte adversária, pois, além de ter a máquina pública nas mãos, terá boa parte do funcionalismo municipal ao seu lado, incluindo uma das categorias mais importantes: os servidores da educação, principalmente os professores.”
Professores ouvidos pela Gazeta Trabalhista, porém, refutam veemente o conteúdo da notícia, afirmando ser falsa. Os professores ouvidos não são dirigentes sindicais, e preferem não se identificar por medo de represálias, “algo comum nessa gestão autoritária em Campo Grande”, segundo uma professora que trabalha numa escola da região norte da cidade.
Consenso?
A matéria diz que, segundo a referida fonte ouvida, já haveria um suposto “consenso” na categoria em apoiar a reeleição, o que é refutado. “Isso é mentira deslavada. Não existe de forma alguma consenso entre os professores em apoiar essa prefeita, que faz parte de uma gestão que sempre tratou o professorado sem o mínimo respeito. Não esquecemos o quanto tivemos que lutar para garantir um acordo para cumprimento do piso salarial nacional, que é uma lei federal, e que vem sendo sistematicamente desrespeitado. Uma gestão que não cumpriu os próprios acordos firmados com a categoria. Não respeitou inclusive as leis aprovadas pela Câmara referente ao cumprimento do piso salarial nacional dos professores.”
Segundo outro professor, “Adriane Lopes não foi eleita prefeita pela população de Campo Grande. Assumiu porque era vice do Marquinhos Trad, desde a primeira gestão dele. “Entre os trabalhadores da Educação temos apoiadores de todos os candidatos e candidatas. Não existe consenso. Cada um apoia quem quiser, o voto é livre e felizmente vivemos numa democracia. Se houver pressão sobre os servidores, vamos denunciar. O Ministério Público do Trabalho lançou inclusive uma campanha contra o assédio eleitoral, que é crime. Qualquer servidor, qualquer eleitor, pode denunciar”.
Ainda tinha ilusão no apoio de Bolsonaro
Na época da publicação da matéria, Adriane Lopes e a senadora Tereza Cristina, sua principal “cabo eleitoral”, ainda sonhavam com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro:
“Além disso, a prefeita aguarda ainda o apoio dos bolsonaristas de Campo Grande, uma vez que o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro (PL) deixou em aberto a possibilidade de o seu partido fazer uma aliança com o PP, indicando o vice na chapa encabeçada por Adriane Lopes. A própria vice-presidente nacional do PP, senadora Tereza Cristina, falou nesta semana sobre o apoio de Bolsonaro e da possível aliança entre PL e PP na Capital. “Bolsonaro é do PL, meu querido amigo, meu presidente. Essa conversa está acontecendo, e daqui para frente, até as convenções, muita coisa vai ser conversada. Espero que sim, que tenhamos o apoio dele, pois o campo da direita tem que estar unida”, acrescentou.” [Correio do Estado]
Bolsonaro porém bateu o martelo no apoio do PL ao deputado Beto Pereira (PSDB), indicando a vice. Além disso interveio no diretório estadual do PL, afastando o deputado federal Pollon (até então um de seus principais aliados no estado). Com apoio a Beto Pereira, Bolsonaro abriu uma crise e racha sem precedentes na direita de MS, dividindo o partido e descaracterizando todo o discurso anterior dos bolsonaristas, em sua maioria oposição à gestão do PSDB no estado.
(Foto: divulgação PMCG/Karine Matos)
Eber Benjamim / Gazeta Trabalhista
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