Executiva nacional do PSDB oficializa apoio à candidatura de Simone Tebet (MDB): repercussões em MS
A senadora Simone Tebet (MDB) conseguiu “oxigenar” sua pré-candidatura à presidência da República com a declaração de apoio feita pela executiva nacional do PSDB.
A Executiva Nacional do PSDB oficializou nesta quinta-feira (9) o apoio à senadora que tenta se colocar como a terceira via – de centro – entre Lula e Bolsonaro. Na votação sobre o apoio foram 31 votos a favor, um voto contra (do deputado Aécio Neves) e uma abstenção.
Com essa decisão o PSDB, MDB e Cidadania (que faz parte de uma federação partidária com o MDB) vão tentar dar fôlego à uma pré-candidata que é pouco conhecida em nível nacional e que tem marcado 1% em quase todas as pesquisas divulgadas. Ela teria, em tese, chances de ainda subir nas intenções de voto por ter baixa rejeição. É o que chamam de “potencial de voto” da candidata.
Repercussões nas alianças em MS
Com a decisão do partido em nível nacional, em tese o candidato a governador pelo PSDB ao governo estadual, Eduardo Riedel, teria de caminhar junto com Simone, seguindo a orientação nacional. Ocorre que Riedel ansia pelo apoio de Bolsonaro num estado que está entre os mais bolsonaristas do país e onde, de acordo com as pesquisas, está à frente de Lula.
Uma ala da “tropa de choque” de Bolsonaro no estado já está fechada com Riedel para governador, como é o caso da deputada e candidata ao senado Tereza Cristina (pecuarista, ex-secretária de Puccinelli e Azambuja e ex-minstra de Bolsonaro). Junto com ela todo um setor do agronegócio do setor mais à direita do bolsonarismo no campo.
Por outro lado, parte da “máquina estadual” estará com Simone. Seu marido, Eduardo Rocha, é inclusive secretário de Azambuja e um dos articuladores políticos do governador. Para este setor o apoio nacional à Simone pode ser até bom para Riedel, que pode ficar à vontade para não se comprometer formalmente com Bolsonaro e tendo um argumento legal para isso: seu partido deliberou pela campanha de Simone e ele tem que respeitar.
Porém, na prática, os acordos de Riedel com o bolsonarismo (ou melhor, com o “terezismo”) irão continuar: trata-se de conseguir apoio para alavancar uma pré-candidatura que ainda não está no “primeiro pelotão” da corrida sucessória, onde despontam Puccinelli, Marquinhos Trad e Rose Modesmo. Para Tereza Cristina o apoio do governador Azambuja é essencial para consolidar sua posição. O Capitão Contar “é um bom moço”, como disse a ex-ministra, mas a aliança com a “máquina estadual”, representada politicamente por Riedel, é essencial para sua candidatura.
Racha no bolsonarismo
Além de Tereza Cristina, o deputado federal Tio Trutis já tem declarado apoio a Riedel e torce pela aliança explícita entre Bolsonaro e o candidato do PSDB ao governo. Parte dos bolsonaristas-raiz (como Tio Trutis) deixam a ver navios a pré-candidatura ao governo de outro “raiz”, o deputado estadual Capitão Contar, que tenta se colocar como a verdadeira alternativa bolsonarista ao governo do estado. Sem o apoio de Tereza Cristina, da senadora Soraya (fechada com Rose Modesto) e do Tio Trutis, Contar tenta mobilizar e reunificar a base política mais bolsonarista e conservadora. Resta saber se conseguirá.
(Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado)
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e com forte núcleo do agronegócio que apóia Bolsonaro no Centro-Oeste.
todo tipo de alianças sendo feitas no estado
