Presidente da ACP/Campo Grande defende retorno às aulas presenciais com segurança, apenas após imunização completa da categoria; audiência na Câmara debateu retorno

Presidente da ACP/Campo Grande defende retorno às aulas presenciais com segurança, apenas após imunização completa da categoria; audiência na Câmara debateu retorno

O presidente da ACP, professor Lucílio Nobre, participou na manhã desta segunda-feira (24),  na Câmara Municipal de Vereadores, da Audiência Pública sobre a “Volta às aulas presenciais” nas redes públicas de Campo Grande. A audiência foi uma proposição da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Câmara Municipal de Campo Grande.

Ao longo de toda a audiência pública, autoridades em educação, saúde, representantes dos profissionais da educação, da Defensoria Pública, do Ministério Público Estadual, do legislativo municipal e da psicologia debateram as condições para o retorno às aulas presenciais com segurança nas redes Municipal e Estadual de Ensino, em Campo Grande.

A defesa da ACP se manteve como o sindicato atuou ao longo da pandemia, respaldado pelos dados científicos e as orientações das autoridades em saúde. Antes de discorrer sobre a importância de se respeitar todos os protocolos de biossegurança, o presidente do sindicato iniciou sua fala ressaltando que os profissionais da educação nunca pararam, ao contrário, intensificaram ainda mais sua carga de trabalho, e os estudantes nunca estiveram abandonados em seu processo educacional. A posição de Lucílio foi uma resposta à fala da promotora da Vara da Infância e Juventude, Vera Aparecida Bogalho, que afirmou que os alunos estão abandonados e aprisionados em suas casas.

“É inaceitável que se diga que os alunos estão abandonados, diante do imenso esforço de todos os trabalhadores e trabalhadoras da educação para preservar o processo de aprendizagem dos estudantes. A educação nunca parou! Estamos trabalhando intensamente com o objetivo de dar continuidade ao aprendizado de nosso alunos, com o menor prejuízo possível e, principalmente, preservando vidas. E nesse sentido, qualquer retorno às aulas presenciais tem de ser feito com muito cuidado, com responsabilidade, seguindo a ciência e não o negacionismo; o diálogo e não o grito vazio de dados; com bom senso e não o senso comum. Nossa realidade, a escola pública é única. A comunidade escolar das redes estadual e municipal reúne cerca de 200 mil pessoas, o que representa 1/3 da população de Campo Grande. O debate tem de ser sério”, pontuou Lucílio.

De acordo com a secretária municipal de educação, Elza Fernandes, o retorno às aulas presenciais na REME está previsto para o dia 19 de julho, quando inicia o segundo semestre escolar. Elza afirmou que a Semed está preparando o protocolo de biossegurança e o planejamento pedagógico para o retorno com aulas escalonadas, mas, caso ocorra qualquer mudança no cenário da pandemia, essa data será revista. A secretária afirmou ainda que quase todos os trabalhadores da educação já receberam a primeira dose da vacina, ficando de fora apenas as pessoas que tiveram algum problema de saúde ou não quiseram ser vacinados.

“Hoje o planejamento é retornar no dia 19 de julho, mas claro que se houver algo fora do percurso, nós vamos rever essa data. Ouviremos a saúde do nosso município. Esta para ser concluído o procedimento operacional padrão que cada escola vai aplicar na sua unidade. São escolas com diferentes metragens de sala, várias situações diferentes.
Criamos uma comissão que vai fazer o acompanhamento dessas escolas, para que ocorra tudo dentro do planejado”, explicou Elza.
A secretária ainda explicou que o retorno acontecerá primeiro com alunos do 6º ao 9º, na sequência, do 2º ao 5º, e, por último a Educação Infantil. “Os professores estão preocupados com o retorno híbrido. Na REME não faremos o híbrido propriamente dito, porque não temos condições de fazer em tempo real. Os alunos que estarão em sala, ficarão com o professor e os que estão em casa será remoto. Será um ensino escalonado. Uma semana fica em casa com os conteúdos remotos, e uma semana na escola”, concluiu a secretária.

Diante de todas as falas, o presidente da ACP sustentou que as aulas só devem retornar presencialmente com todos os profissionais da educação imunizados com a segunda dose da vacina e respeitada a janela imunológica. “Nós estamos há mais de um ano lutando para preservar vidas. Não podemos agir com pressa e jogar no lixo todo esse esforço. Falta pouco, vamos agir com prudência”.

Lucílio ainda cobrou o respeito ao trabalho de professores e professoras. “A carga horária do professor precisa ser respeitada. Nós estamos cobrando da Semed que o protocolo desse retorno com aulas presenciais e remotas respeite a carga horária legal. Os professores e professoras já estão muito sobrecarregados, precisamos de respeito e valorização”, finalizou Nobre.

Como encaminhamento da Audiência Pública, presidente da ACP sugeriu que a primeira semana de aulas presenciais seja apenas com a equipe pedagógica e administrativos, para acolhimento e formação dos profissionais. O presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, professor Juari, acatou e incluiu a sugestão no documento oficial a ser encaminhado para a Semed e SED.

Valorização dos professores

Após a Audiência Pública, o presidente da ACP ainda cobrou da prefeitura municipal valorize os profissionais da educação que já estão sobrecarregados, usando recursos próprios para garantir as aulas remotas, e arcando com o prejuízo financeiros da falta de reajuste do Piso  20h.

(Fonte: ACP/Campo Grande – Foto: Izaías Medeiros/Câmara)

Retomada das aulas presenciais na rede pública de Campo Grande, a partir de 19 de julho, foi tema de audiência pública nesta segunda (24)

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