Deterioração do patrimônio histórico e cultural de Campo Grande: falta de gestão é apontada como uma das causas

Deterioração do patrimônio histórico e cultural de Campo Grande: falta de gestão é apontada como uma das causas

O debate teve o intuito de encontrar uma saída para o abandono de prédios como a Rotunda, Centro de Belas Artes, Teatro José Octávio Guizzo (localizado no Paço Municipal), Calçadão da Barão, Orla Ferroviária, Horto Florestal, Estação do Trem do Pantanal, entre outros monumentos de Campo Grande.

A Câmara Municipal de Campo Grande reuniu, nesta quarta-feira (08), ativistas e autoridades para discutir a situação do patrimônio histórico e cultural da Capital. O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Cultura, composta pelos vereadores Ronilço Guerreiro (presidente), Júnior Coringa (vice), Beto Avelar, Professor Juari e Gilmar da Cruz.

“O Horto Florestal é um espaço da cidade. Temos uma biblioteca que deveria atender as escolas e, infelizmente, está abandonada. Sei que é um espaço para aquela população que ainda gostaria de estar caminhando e brincando com a família. Temos patrimônios com mais de 100 anos que estão abandonados. Temos que preservar nosso patrimônio e criar uma cultura de pertencimento, ou iremos semear em espinheiro”, analisou a presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, Maria Madalena Dib Mereb Greco.

Em sua fala, o vereador Prof. André Luís afirmou que falta gestão. “Precisamos trabalhar sério gestão pública. Temos que ter um gestor de processos, que vai acompanhar do começo ao fim. A gente não sabe o que acontece e as coisas param no meio do caminho. Não tem um responsável para responder pelas coisas. E o que vemos na cultura, é replicado em outras áreas. Falta gestão”, disse.

Opinião parecida tem a vereadora Luiza Ribeiro. “A cidade tem uma gestão que não olha para o que é interesse público. Essa audiência é, também, para pensar em termos na administração quem tem compromisso com a conservação daquilo que é importante para todos nós”, sugeriu.

“Valorizar o passado, viver o presente e projetar o futuro. Não precisamos pensar em prédios novos se não cuidarmos dos antigos. É triste ver o que aconteceu ali na própria Esplanada. Temos a Rotunda e vários prefeitos já fizeram projetos. Mas projetos que pararam. Nós, vereadores, representamos o povo. Legislamos, fiscalizamos e cobramos, mas cabe ao Executivo ter uma política de preservação e executar”, disse Guerreiro, proponente do debate.

Guerreiro ainda destacou a importância do debate. “O tempo vai passando, projetos de revitalização vão surgindo, mas infelizmente nada de concreto é feito. O Teatro do Paço, por exemplo, tem obras em andamento, mas está demorando muito para ser entregue à comunidade, já a Rotunda passou recentemente por uma nova destruição com a chuva do fim de semana quando caiu parte do teto. É preciso pensar em uma rápida resolução”, comentou Ronilço, que preside a Comissão de Cultura da Câmara.

Para o vice-presidente do Conselho de Patrimônio Histórico e Cultural da Capital, Roberto Figueiredo, é preciso união para evitar a destruição do patrimônio. “Depois que destrói, acabou. Em nome do Conselho, estamos à disposição da Câmara para, sempre, estarmos juntos para a preservação desse patrimônio”, afirmou.

A presidente do Fórum de Cultura de Campo Grande, Romilda Pizani, afirmou que é preciso difundir o patrimônio entre a população. “Precisamos contribuir para que essa sociedade conheça o espaço que habita e sua história. A partir disso, fazer com que ela se comprometa. Vemos hoje a fragilidade em relação a essa relação dos nossos jovens com o patrimônio”, defendeu.

Já o superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), João Henrique dos Santos, defendeu a necessidade de se elencar prioridades. “Precisamos elencar prioridades. Quais são as prioridades do município relacionadas ao patrimônio cultural? Temos inúmeros problemas, que precisamos resolver um a um. E como qualquer tipo de planejamento, precisamos elencar prioridades. Não temos recursos para tudo, qual será nosso plano de ação?”, questionou.

(Fonte: Assessoria de Imprensa)

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