Federações orientam pela aceitação da proposta do TST e greve nacional dos Correios deve ser suspensa hoje, 17
A paralisação dos trabalhadores dos Correios, que teve início no dia 11 de agosto, deve ser encerrada nas assembleias a serem realizadas nesta terça, 17. As duas federações que representam a categoria em nível nacional divulgaram uma nota conjunta orientando pela aceitação da proposta do TST feita na audiência de conciliação realizada no dia 12 no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O TST de prazo até esta terça para que os trabalhadores deliberassem sobre a aceitação ou não a proposta. Em algumas localidades os trabalhadores já tinham aceitado a proposta e voltado ao trabalho, porém a maioria deixou para realizar assembleia hoje.
Proposta do TST – Na audiência de conciliação, ministro Mauricio Godinho Delgado (vice-presidente do TST) – propôs a suspensão da greve e como contrapartida do retorno ao trabalho, seriam mantidos os termos do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e do plano de saúde para os pais dos empregados até 2/10, quando o TST deverá julgar o dissídio.
De acordo com a nota conjunta das federações (FENTECT e FINDECT), “com a deflagração da greve no último dia 11, os Trabalhadores e Trabalhadoras Ecetistas monstraram a força da categoria, lotando as assembleias em todas suas bases, decidindo coletivamente e de forma unânime, em todo o País, pela aprovação de uma das maiores greves que a categoria já fez. Com essa gigantesca mobilização nacional e com a repercussão da greve, conseguimos fazer a direção dos Correios e Governo Federal recuarem da intransigência assumida nas negociações. A atitude da direção da
empresa de rejeitar, anteriormente, a mediação do Tribunal Superior do Trabalho foi substituída pela corrida em protocolar uma ação do judicial, no mesmo Tribunal, com o intuito de retirar direitos dos trabalhadores(as).”
A nota prossegue afirmando que com o impasse gerado pela recusa da direção dos Correios em realizarem qualquer negociação, “o Ministro do TST, Mauricio Godinho Delgado, apresentou uma proposta de prorrogação do Acordo Coletivo até a data do julgamento do Dissídio, 02/10. Diante da proposta apresentada na reunião, as Federações (FENTECT e FINDECT) se reuniram e entendem que a mobilização em todo o País alcançou em parte seu objetivo e que a nossa luta continua em defesa dos Correios, contra a privatização. As Federações parabenizam a coragem e determinação de todos que acreditaram na luta em defesa dos nossos direitos e empregos, assim como na defesa dos Correios público e de qualidade. Desta maneira, estas entidades, de forma unificada, encaminham as seguintes orientações aos trabalhadores(as) para as assembleias da próxima terça-feira, 17/09: 1. Suspender a greve da categoria em todo o País, com retorno ao trabalho a partir das 22 horas do dia 17/09; 2. Aprovar a manutenção do estado de greve até o julgamento do Dissidio Coletivo ou assinatura de Acordo Coletivo de Trabalho; 3. Aprovar a prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho atual até o dia 02 de outubro de 2019; 4. Intensificar os atos, panfletagens e mobilizações nas bases para manter e reforçar a mobilização; 5. Instalação, em caráter emergencial, em Brasília/DF, do COMITE CONTRA A VENDA DOS CORREIOS, para desenvolver trabalhos junto ao Congresso Nacional e autoridades públicas. Em nome da unidade e atendendo ao pedido da categoria, as Federações ressaltam a importância da manutenção das mobilizações em todas as bases, pois só assim conseguiremos manter nossos direitos, conquistas e garantir a empresa de Correios 100% pública. Parabéns a todos os Trabalhadores e Trabalhadoras que demonstraram a disposição de lutar, e demonstraram um exemplo que deve ser seguido por todos aqueles que estão sendo prejudicados pelo Governo Federal. Por um Correios Público e de qualidade! Contra a privatização dos Correios! Pela unificação da classe trabalhadora do país e do mundo contra o retrocesso nos direitos sociais e trabalhistas.”
As assembleias devem ser realizadas até a noite desta terça para debaterem e deliberarem sobre a orientação das federações e se aceitam ou continuam com a paralisação.
