Ministro da Educação quer contratação de professores e técnicos das universidades federais pela CLT e não concurso público
Segundo o ministro, o governo vai exigir contratação pela CLT para as universidades que aderirem ao programa Future-se.
Em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo” – o “Estadão” – o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu o programa Future-se para as universidades federais. Na entrevista o ministro afirma que o governo vai “exigir” das universidades que aderiram ao programa façam a contratação de professores, técnicos e administrativos pelo regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e não por concurso público.
De acordo com decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), empregados de empresas públicas contratados pelo regime de CLT não têm direito à estabilidade, como é garantido para os concursados. O programa Future-se prevê ainda que as novas contratações de funcionários para as universidades serão feitas pelas chamadas “Organizações Sociais (OS)”, uma forma de privatização disfarçada na visão dos críticos do programa. Para o ministro, o governo precisa cortar gastos com pessoal.
Cracolândia nas universidades
Em outro trecho da entrevista ao “Estadão”, o ministro reafirma sua visão de que as universidades federais são locais de consumo de drogas. “As universidades são caras e têm muito desperdício com coisas que não têm nada a ver com produção científica e educação. Têm a ver com politicagem, ideologização e balbúrdia. Vamos dar uma volta em alguns câmpus por aí? Tem cracolândia. Estamos em situação fiscal difícil e onde tiver balbúrdia vamos pra cima”, afirma.
Bolsinha da CAPES
A respeito das críticas aos cortes do orçamento das universidades, atingiram o financiamento de bolsas de pesquisas pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) o ministro ironizou. “A demanda é infinita. Todo mundo quer uma bolsinha.”
Implantação do Future-se
Questionado sobre o futuro da folha de pagamentos das Universidades, o ministro diz que um dos modelos que podem ser referência é o da Ebserh (autarquia do MEC que gere hospitais universitários federais). “Com isso, pode preservar contratos atuais e ir gradualmente trocando, o que se tem na FGV (Fundação Getúlio Vargas).”
A entrevista completa do ministro da Educação ao “Estadão” pode ser vista pelo link:
