Salim Mattar, secretário de Bolsonaro, mente e ataca trabalhadores dos Correios
Dono da Localiza, Mattar assumiu a Secretaria de Desestatização, com o objetivo de privatizar tudo. Ele constantemente se gaba da proximidade pessoal e ideológica com o presidente Bolsonaro
Secretário Especial de Desestatização – um nome mais ameno para entreguismo – Salim Mattar mentiu deliberadamente sobre os Correios e ainda responsabilizou os trabalhadores da empresa pela atual situação financeira ao dizer, em uma declaração ao jornal O TEMPO reproduzida pelo portal UOL, no dia 23 de setembro, que “os Correios são uma empresa muito grande, com mais de 100 mil funcionários, quando bastavam 50 mil para funcionar. Há agravantes como o rombo no Postalis, o rombo no sistema de saúde com também, porque era possível levar pai, mãe, papagaio. Quebrou. Os funcionários dos Correios quebraram os Correios”.
Dono da Localiza, Mattar assumiu a Secretaria de Desestatização, com o objetivo de privatizar tudo. Ele constantemente se gaba da proximidade pessoal e ideológica com o presidente e não por acaso utiliza o mesmo expediente de mentir e tratar trabalhadores como inimigos para forjar um discurso de gestão moderna. As declarações cínicas do secretário mostram que mais do que desconhecer a situação de uma empresa estratégica para o país, ele não se importa com isso, pois representa os interesses privados e o sequestro dos direitos para transformá-los em serviços a serem vendidos no mercado.
Não é possível que, ao mencionar o Postalis, Salim Mattar desconheça que Paulo Guedes, seu colega no Governo, seja investigado justamente pelo rombo no fundo de pensão dos ecetistas. Também não é por desconhecimento que ele afirma que os Correios poderiam funcionar com efetivo reduzido. O discurso busca reafirmar o ideário neoliberal em que a conta sempre fica para os trabalhadores seja sob a forma de exploração com a terceirização irrestrita, seja com a prestação de serviços precários a alto custo, como é o caso de outros setores que sofreram com a privatização.
Ao citar o plano de saúde da categoria, o secretário de Bolsonaro ignora que os trabalhadores aceitaram manter benefícios sem reajustes salariais reais, tendo hoje o menor salário entre os trabalhadores de empresas estatais. Omite também o fato do Tribunal Superior do Trabalho, se curvando à pressão do governo, retirou do plano de saúde os pais e mães, inclusive rasgando um acordo que havia sido homologado pelo próprio TST! Isto prova que os ecetistas sempre tiveram responsabilidade com esta empresa, ao contrário de quem quer se desfazer do patrimônio brasileiro por estar comprometido não com o povo brasileiro, mas com a sanha do mercado.
O que Salim Mattar não consegue e nem vai dizer – pois assim como o presidente que ele representa, só sabe mentir para tentar confundir as pessoas – é como uma empresa que só dá “prejuízo” tem oito grupos interessados em comprá-la. Detalhes, nos dois últimos anos a empresa apresentou um lucro líquido de quase R$ 700 milhões.
A FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) repudia as declarações do secretário e reafirma sua luta contra a privatização feita com verdade e responsabilidade de quem quer uma empresa pública moderna, autossustentável e que preste serviços de qualidade ao povo brasileiro. O Brasil não pode ser um balcão de negócios do Governo Bolsonaro.
Fonte: FENTECT / Foto: Valter Campanato (Ag. Brasil)