Trabalhadores dos Correios decretam greve nacional

Trabalhadores dos Correios decretam greve nacional

  Em assembleias realizadas na noite desta terça, 10, os trabalhadores dos Correios decretaram greve nacional. Em todos os estados – e no distrito federal – as assembleias deliberaram pela paralisação a partir da zero hora desta quarta (11). Segundo a federação nacional da categoria, a direção da empresa recusa qualquer negociação.

  Reajuste salarial – A direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) oferece 0,80% de reajuste. Com uma inflação acumulada de 4% no período, os funcionários teriam uma perda de mais de 3% no poder aquisitivo do salário. Além do reajuste abaixo da inflação do período, a empresa quer reduzir o número de tickets alimentação, acabar com vale cultura, e retirar outras cláusulas sociais do acordo coletivo.

  No Mato Grosso do Sul a greve foi aprovada na assembleia realizada à pouco em Campo Grande. Segundo a presidente do SINTECT-MS, Elaine Regina Oliveira, a intransigência da direção da empresa não deixou outra alternativa pois o governo quer impor um arrocho salarial que – somadas às perdas das cláusulas sociais que a empresa quer promover – significa um “retrocesso brutal” na remuneração dos trabalhadores dos Correios, que já recebem o menor salário entre as estatais federais.

  Elaine diz ainda que é preciso se desfazer “mitos” que são divulgados sobre os Correios,  pois  é uma empresa lucrativa. “Nos dois últimos anos foram R$ 700 milhões de lucro líquido. A ECT repassa dinheiro para o governo federal a título de dividendos pois o governo é o acionista. É realmente um mito que os Correios representem algum ônus para o governo. É o contrário, o governo é que retira dinheiro dos Correios”.

  Segundo Elaine nunca se viu uma direção da empresa tão intransigente, a ponto de recusar a proposta do TST, Tribunal Superior do Trabalho, que propôs a prorrogação do atual acordo coletivo de trabalho por 30 dias, para que as negociações tivessem continuidade num clima de tranquilidade e se pudesse chegar num consenso.  “É direção da empresa e o governo Bolsonaro que estão apostando numa radicalização. Querem impor de qualquer maneira uma redução real em nosso poder aquisitivo, que já é pequeno. Nessa circunstância não restou outra alternativa: greve nacional por tempo indeterminado.”

  Para Elaine o governo tem apenas três objetivos em mente: reduzir o poder aquisitivo dos salários, retirar direitos e privatizar. “Não há nenhum projeto nacional, nada, apenas a vontade de maximizar, aumentar na marra, o lucro das grandes corporações e dos bancos. A recriação da CPMF, com aliquota de 0,40% nos depósitos e saques bancários vem no mesmo sentido.”

  Ela informa também que a paralisação foi aprovada em todos os estados.

Trabalhadores realizaram assembleia nesta terça

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