Aposentados de MS: crescimento da mobilização contra desconto de 14% reflete enormes prejuízos com a “reforma” da previdência
Os aposentados e pensionistas do estado de Mato Grosso do Sul estão em mobilização permanente desde o ano passado pela revisão do desconto de 14% nas aposentadorias e pensões que passou a vigorar em 2021 a partir da aprovação, pela Assembleia Legislativa, do projeto de “reforma” Previdência estadual elaborado pelo governo de Reinaldo Azambuja.
A partir de então os aposentados e pensionistas passaram a sentir o peso da “reforma” em seus bolsos. O projeto incluiu no desconto todos os que ganham acima de um salário mínimo. Isso na prática fez com que todos os que ganham a partir de um salário mínimo mais um centavo fossem taxados em 14%, atingindo efetivamente todos os aposentados e pensionistas.
“O projeto foi pensado para taxar a todos com o mesmo percentual de 14%, independente do salário”, afirma um aposentado. “Os que ganham menores aposentadorias e pensões são os que mais estão sentido na pele os efeitos dessa famigerada reforma, que jogou nas costas do funcionalismo um suposto déficit criado pela gestão”.
Na última quinta-feira (21) centenas de aposentados e pensionistas lotaram as galerias da Assembleia Legislativa para manifestar a rejeição ao desconto e cobrar posição dos deputados e do governo, que já teria um projeto de abono de R$ 300,00, para 4 mil aposentados/pensionistas.
Segundo o aposentado Ari Ferreira, da SES, que esteve presente, a adesão dos professores e outros segmentos mostra o crescimento da indignação entre aposentados e pensionistas com o desconto. “O movimento já vinha crescendo e cresceu muito mais com a adesão da Federação dos professores (Fetems). Sentimos força por parte dos deputados que rejeitaram a primeira proposta do governador de abono de 300,00 para quem ganha até dois salários mínimos. Esperamos agora outra proposta melhor do governador.” Ele diz que a mobilização vai continuar.
Já a aposentada Ana Teodoro, da Agepen, diz que a participação da Fetems é importante e que a fala do presidente da Federação, Jaime Teixeira, na Assembleia Legislativa, mostrou o valor do trabalho dos servidores públicos na construção do estado e mostrou a angústia dos aposentados com a situação que foi instituída com o desconto.
Auxiliadora, aposentada da Saúde de MS
Para Ione Rojas, aposentada do Judiciário, a luta pela revisão do desconto reflete o descontentamento crescente no funcionalismo público com a reforma da Previdência, que afetou tanto os da ativa como os aposentados, que esperavam uma aposentadoria mais digna e que estão sofrendo “um roubo, um confisco. Esses 14% representam muito no nosso orçamento. Quanto ao dito “déficit” da Ageprev anunciado pelo governo, ela diz que os servidores nunca deixaram de pagar a previdência, não sendo portanto os responsáveis. “Em nome de más gestões querem nos punir. Já são três anos desse desconto.” Ela afirma que governo precisa melhorar a gestão e cortar gastos sim, mas não nas costas dos servidores e aposentados e que muitos gastos desnecessários podem ser cortados em todos os níveis, sem falar no ralo da corrupção.
(Eber Benjamim/Gazeta Trabalhista – Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
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